Semana com 4 dias de trabalho ganha aderência no Reino Unido; formato já é avaliado no Brasil

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A jornada de trabalho de quatro dias por semana passou no teste de grande parte das empresas, ao menos no Reino Unido. O projeto “The 4-Day Week Global” (quatro dias por semana, em tradução livre) experimenta, desde junho, o formato, sem impacto no salário. Cerca de 3.330 funcionários de 73 empresas com atuação na nação participam da iniciativa e, após a última sondagem, notou-se que o modelo tem obtido grande aderência e será incorporado de forma definitiva nas corporações.
 
Sobre a produtividade dos profissionais, 95% das companhias afirmaram que o nível foi mantido ou até melhorado. Delas, 46% disseram que a produtividade de seus negócios “se manteve no mesmo nível”; 34% relatam que “melhorou um pouco” e 15% afirmaram que “melhorou significativamente". Sobre a manutenção do formato após os testes, 86% dos empresários disseram que é “extremamente provável” ou “provável” que os quatro dias de trabalho por semana sejam mantidos.
 
Outras iniciativas semelhantes já foram replicadas em outros países, como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, com a Espanha anunciando a adoção da medida mais recentemente. “A produtividade permaneceu alta, com um aumento no bem-estar da equipe, juntamente com um desempenho financeiro 44% melhor”, relatou Claire Daniels, CEO da Trio Media, agência de marketing participante do projeto.
 
No Brasil, poucas empresas adotam esse formato de 32 horas semanais de trabalho, mas as que já estão testando registram melhorias de eficiência e até aumento de receitas, como é o caso de empresas como a Zee.Dog, que começou a testar o formato em fevereiro de 2020, suspendeu durante a pandemia e retomou recentemente. No caso dela, a empresa adotou a quarta-feira livre após comparações com o exterior.
 
Na Bahia, algumas empresas já buscam testar, mesmo que timidamente, um formato que chegue, aos poucos, à semana de 4 dias. A predisposição das companhias em adotar pelo menos um dia off no mês tem crescido, como é o caso da Soul Dila, que implementou a Soul Sexta, uma folga na última sexta-feira de cada mês.
 
A marca baiana de moda ainda criou um setor exclusivo para cuidar das questões ligadas ao bem-estar dos colaboradores, chamado de Energia Positiva. Eduardo Bahiana, um dos sócios da marca e líder da área, foi quem a criou, após um afastamento de 6 meses para lidar com questões ligadas à ansiedade. Ao retomar à rotina, ele entendeu que havia a necessidade dessa aproximação e atenção maior à equipe.

“A pandemia acabou sendo um combustível para a sobrecarga, com aumento exponencial de síndromes ligadas à ansiedade. O setor de Energia Positiva vai além, junto com a necessidade de equilibrar a vida pessoal e o dia a dia de trabalho, de modo que andem juntos”, explicou ao jornal Correio. O day off uma vez por mês é apenas uma das ações do setor, que pensa em trazer mais dias de folgas no futuro.

A área de Energia Positiva implementou ainda a folga no aniversário, meditação on-line semanal e aulas de Yoga. “No momento, ainda não seria viável a redução da jornada de trabalho para 4 dias, mas é um movimento interessante. [Com a Soul Sexta], já sentimos uma motivação maior, uma grande satisfação do time em ter mais autonomia para administrar o seu próprio tempo e suas demandas”, avaliou Bahiana.
 
O que especialistas reforçam, no entanto, é que o modelo exige planejamento prévio, com atenção à legislação trabalhista e à cultura organizacional. Neste contexto, faz-se necessário revisar metas e tarefas diárias e mensurar os resultados. A semana de 4 dias pode, inclusive, não fazer sentido para todo tipo de negócio.

* Com informações do Infomoney e Correio
 
Foto: Reprodução/The Shift. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

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