'Saravah': Filme francês com Maria Bethânia é restaurado e irá aos cinemas em 2024

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Importante registro da música brasileira nos anos 1960, o filme "Saravah" será exibido no Brasil em 2024, ainda sem data definida. O filme é do ator e diretor francês Pierre Barouh e traz ícones brasileiros em fim de carreira, como Pixinguinha e João da Baiana, e promessas na época, como Maria Bethânia e Paulinho da Viola

A obra, cujos únicos registros disponíveis até agora eram trechos de baixa qualidade no YouTube, foi restaurado e ganhou sessão pública recentemente, em Paris. "O rolo estava nos arquivos da produtora e o filme tinha sido exibido poucas vezes. Encontramos a fita original e, com a ajuda do Centro Nacional do Cinema francês, fizemos a restauração", explica Benjamin Barouh, filho de Pierre e diretor da produtora Editions Saravah, ao jornal O Estado de S.Paulo.

"Além de restaurado, o filme foi legendado e agora temos uma distribuidora, então, a partir de 2024, ele vai aos cinemas", garante Benjamin, sem dar mais informação sobre exibição do documentário no Brasil.

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A história de amor de Pierre com o país começou na década de 1950, quando ele conheceu Sivuca em Lisboa. Através dele, Barouh se uniu a outros músicos brasileiros que estavam passando pela Europa, como Baden Powell, que gravou seu primeiro disco na França, e Vinicius de Moraes. A relação com o Brasil só foi se fortalecendo, quando, na década de 1960, ele veio ao país para participar da produção de "Arrastão", filme franco-brasileiro, para o qual traduziu e cantou "Samba da Bênção", de Vinicius. 

A gravação, que contou com Milton Banana e Oscar Castro Neves, foi parar, depois, na trilha de "Um Homem, Uma Mulher", referência da nouvelle vague, premiada em Cannes, em 1966, e com o próprio Pierre como protagonista.

"Saravah se tornou lendário porque surgiu como obra do improviso, nascido do mesmo espírito da bossa nova, dessa arte do encontro. Foi o primeiro filme dirigido por meu pai", conta Benjamin sobre o filme, cuja restauração acentuou aspectos como profundidade e cores antes desbotadas, como as das roupas de Bethânia. O áudio também ganhou nuances.
 
* Por José Mion, com informações d'O Estadão. Foto: Editions Saravah.

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