São João e suas tradições viram debate entre Astrid Fontenelle e Gabriela Prioli

Depois de diversos artistas tradicionais nas festas juninas no Nordeste se manifestarem sobre a redução do espaço que tiveram esse ano, ao tempo em que houve um aumento na presença dos músicos do sertanejo nestes eventos, Astrid Fontenelle usou sua fala no Saia Justa - programa que apresenta no canal GNT - para defender a tradição. A advogada Gabriela Prioli, que integra o elenco da atração, discordou da colega, o que gerou uma discussão que vem movimentando as redes sociais desde que o programa foi ao ar na última quarta-feira (21).

Tudo começou quando Astrid desabafou: "Vou pra São João pra dançar um forró, comer o amendo cozido… Cheguei lá, era uma festa de axé! Não, não dá!". Gabriela então a rebateu. "Não dá pra você", disse em tom firme para depois questionar o que seria uma festa junina "de verdade".

"Parte de um juízo subjetivo seu. O que você estava esperando era chegar lá e encontrar outra coisa. O que talvez as pessoas estivessem esperando é justamente o que foi oferecido". Prioli disse ainda: "Acho que o que vale a pena pensar primeiro é o que é o São João tradicional? Então, qual é o marco temporal que a gente vai estabelecer pra dizer o que é São João?".

Veja postagem no Instagram. 

Astrid respondeu: "A gente talvez tenha um marco temporal pelos livros de História. Mas, para mim, tradição não é o livro. Tradição é prática, que ele [São João] se tornou quando chegou ao Brasil". E completou: "Não tenho problema em dizer isso porque estou dando a minha opinião. E a minha opinião não é a de todo mundo, mas é a de muita gente que quer manter a tradição e não perder essa parte da história nordestina. Uma história que é tão forte, tão bonita, que movimenta muita coisa".
 
Diversos comentários sobre o debate foram publicados nas redes sociais. O professor de História e humorista Matheus Buente usou seu perfil no Instagram para falar sobre o tema.
 
Segundo ele “o São João tradicional e o São João com sertanejo e axé são cultura, só que a gente precisa aplicar dois conceitos para entender esse rolê: o primeiro é o de circularidade cultural e o outro de apropriação cultural…. Não se trata do meu ou do seu São João. A festa com forró, com fogueira, independe de sua condição social. Isso é circularidade. Isso, para muitos antropólogos, é saudável. O que não é saudável é a apropriação. É questionar essa tradição e modificá-la a todo custo sem se procurar saber para onde o dinheiro investido vai”.


Veja o vídeo:  

Fotos: Divulgação/ IUDE. 

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