Rica em diversidade, capital baiana quer o protagonismo em ESG

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Na visão do prefeito Bruno Reis, que veio diretamente de uma reunião em Brasília para participar do I Fórum ESG Salvador, realizado pelo Jornal CORREIO e portal Alô Alô Bahia nos dias 11 de 12 desse mês, não há melhor cidade no mundo do que a capital baiana para ser protagonista neste tema. “A diversidade está em nossa essência. Temos um clima agradável em boa parte do ano, apesar dos desafios das mudanças climáticas. Belezas naturais, com a Baía de Todos-os-Santos”, elencou. 

O prefeito aproveitou a oportunidade para destacar a série de projetos que a administração municipal tem implementado na cidade, desde 2013, sobretudo na área social. “A gente investe 86% dos recursos municipais nessa área. Lançamos programas importantes como o Morar Melhor e o Primeiros Passos, trouxemos o Aluguel Social. Desenvolvemos parcerias com fundações sociais de empresas que estão aqui”, ressaltou.

Reis também acrescentou que, até o final desta década, cerca de US$ 30 trilhões deverão ser investidos em nível mundial em projetos de sustentabilidade. “Nós estamos tentando captar esses fundos, apresentando nossa cidade para o Brasil e o exterior com o objetivo de atrair esses investimentos. Este fórum vai ajudar a aprofundar ainda mais estes temas”, projetou o prefeito.

Afroempreendedorismo

"A minha casa é a Bahia/Mas o mundo é meu lugar/Eu posso até mudar o mundo/Mas não posso me mudar". Cantados à capela por Margareth Menezes para os convidados que presenciaram a abertura do fórum, os versos de “Voz Guia”, música de Roberto Mendes, ajudam a expressar alguns dos elementos que tornam a capital baiana e o estado como um todo tão especiais, dentre eles, a diversidade de seu povo.

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Com mais de 35 anos de carreira, nascida e criada na Península Itapagipana, Margareth entende como poucos a importância das questões socioeconômicas para a geração de emprego e renda aos que mais precisam. Em 2004, a cantora e ativista criou a Fábrica Cultural, organização social que tem a educação, cultura e sustentabilidade como eixos estratégicos. 

“Hoje, eu consigo enxergar melhor esse meu lugar de representatividade e fico na esperança de que o povo afro-brasileiro seja contemplado pelo legado que ficará. Este fórum, que conta com investidores, tem o poder de fazer a diferença para as pessoas que mais precisam. Tenho a esperança de que a gente consiga construir esta ponte”, afirmou Margareth.

Recentemente, a Fábrica Cultural lançou o Acelera Iaô, programa de afroempreendedorismo que fomenta o trabalho de empreendimentos negros baianos por meio do apoio, da qualificação e da aceleração dos negócios criativos. A iniciativa visa o fortalecimento de 1.500 microempreendedores.

Por que o ESG se tornou tão relevante?

Na opinião do sócio-diretor da Ernst & Young (EY) para a área de Sustentabilidade, Leonardo Dutra, que participou da abertura do fórum, o foco no “S” de social ajuda a explicar a atenção que o tema tem conquistado nos últimos anos. Para o especialista, um dos palestrantes da noite de abertura do I Fórum ESG Salvador, as boas práticas ambientais, sociais e de governança são o caminho para tornar o capitalismo mais inclusivo.

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​“Muita gente gosta de ver o ESG como se fosse um cardápio de três páginas separadas, mas eu prefiro vê-lo como algo integrado. Toda a prosperidade econômica está associada à preservação ambiental e prosperidade social. Exigir do planeta mais do que ele pode dar é insustentável”, observou Dutra.

Para o diretor da EY, se por um lado há um capitalismo que gera renda, de outro, há um capitalismo que distribui mal esta renda. “É uma conta que vem e precisa ser paga, por isso a necessidade de se repensar o sistema. Hoje a gente tem uma convergência de olhares para as questões de ESG como nunca vimos antes. Nunca vi um momento tão propício como o atual para adotarmos as ações que precisamos”, ressaltou.

Em sua apresentação, Dutra mencionou um estudo recente da EY que demonstrou que 87% das pessoas entrevistadas consideram os stakeholders (partes interessadas) das organizações mais importantes do que os acionistas. “Estamos em uma rota sem volta, e quem não entender que este caminho é o ESG vai ficar fora do jogo nas próximas décadas”, sentenciou.

Soluções 'ganha-ganha-ganha'

Presente na Bahia desde 1967, a Ambev já investiu mais de R$ 500 milhões no estado somente nos últimos cinco anos. No que diz respeito às políticas e práticas ESG, o diretor de Sustentabilidade para América do Sul, Caio Ramos - segundo palestrante da noite de abertura do fórum - destaca que a companhia tem buscado soluções "ganha-ganha-ganha", em que se beneficiam a empresa, os ecossistemas e as pessoas.

“O maior aprendizado da nossa jornada ESG é no relacionamento com as partes interessadas. Até porque, no final, estamos falando de pessoas que estão sendo impactadas, seja na gestão de água ou de energia das nossas operações”, afirmou Ramos. O executivo citou projetos como o Água AMA, que reverte 100% dos lucros para levar o recurso a famílias que não têm, e que na Bahia já atendeu às cidades de Canudos, Iraquara, Novo Horizonte, Paratinga e Seabra.

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​De acordo com o executivo da Ambev, uma das metas da companhia é que a cervejaria de Camaçari seja carbono neutro em 2025 e net zero (eliminar as emissões diretas e indiretas de gases do efeito estufa de sua cadeia de valor) até 2030, o que está em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13 (ODS 13) das Nações Unidas. Ramos também lembrou que Salvador foi a primeira cidade do Nordeste a receber a frota de caminhões elétricos da empresa. 

Outra iniciativa ligada ao ESG trazida pelo executivo é a Eco Score, uma metodologia criada pela Ambev em 2020 que ajuda a calcular o índice de impacto de suas embalagens. “Toda a inovação da companhia precisa ter um Eco Score sustentável. Se não atingir os indicadores necessários, o produto não vai para o mercado”, assegura Caio Ramos.

Concorrida do início ao fim, a abertura do I Fórum ESG Salvador ainda contou, em seu encerramento, com uma noite de autógrafos do consultor, escritor e professor Augusto Cruz, autor do livro “Introdução ao ESG”.

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Decoração e coquetel


A noite de abertura teve decoração conceitual assinada por Fernanda Brinço. A profissional tem se destacado no mercado local com a elaboração de cenografias para casamentos, aniversários e eventos corporativos. Já o coquetel ficou sob responsabilidade do chef Vini Figueira. “Estar presente no I Fórum ESG me deixou muito feliz e honrado. Saber que a Bahia trouxe um evento como este e que as empresas estão voltadas para proporcionar um ambiente melhor para todos faz com que tenhamos esperança em um futuro melhor”, comentou.

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O I Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Unipar, Yamana Gold, Bracell, BAMIN, Socializa e Suzano, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e Sebrae, apoio de Contermas, Battre, Termoverde, Terra Forte, Hela, Retec, Ciclik, Larco, Grupo LemosPassos, Fundação Norberto Odebrecht e Hiperideal, parceria de Vini Figueira Gastronomia, Fernanda Brinço Produção e Decoração, Uranus2, TD Produções, Vinking e Suporte Eventos.

Fotos: Roberto Abreu. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

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