Representado pela Paulo Darzé Galeria, Vinicius S.A leva obra inspirada em tragédia ambiental para a SP-Arte

Quem passou pela Rua da Grécia, no Comércio, nos últimos meses, provavelmente se emocionou ao ver a instalação “Lágrimas de São Pedro”, obra do artista plástico baiano Vinicius S.A, conhecido por sua capacidade de se comunicar com o público através da dramaticidade de suas criações.

Antes de virar uma obra pública, “Lágrimas de São Pedro” percorreu o país e foi vista também em Frankfurt, na Alemanha, e Las Vegas, nos Estados Unidos. É com esse portfólio, recheado ainda por prêmios e presença em publicações de renome que o artista chega pelo segundo ano consecutivo à SP-Arte Viewing Room 2021, que ocorre em ambiente virtual a partir desta quarta-feira (9) até o próximo domingo.

Artista representado pela Paulo Darzé Galeria, Vinicius S.A vai apresentar uma obra inédita, que promete ser impactante. O artista usou óleo vazado em uma das maiores tragédias ambientais da história do Nordeste brasileiro para criar a obra "Petróleo 19", objeto da série Commodities, formado por pipetas de vidro preenchidas com petróleo cru que, ordenadas, são apresentadas em forma de código de barras.  “Minhas ações ultimamente têm sido muito nesse sentido de criar obras político-poéticas”, avalia.

Vinicius precisou de alguns meses para concluir a obra e teve dificuldade de lidar com o material, colhido durante os mutirões de limpeza das praias, que participou em 2019. “Esta é a única obra na minha vida que eu produzi triste, melancólico, que foi sofrido, que teve um odor, uma textura complexa, uma memória afetiva do material também muito complexa, minha primeira obra que surge do caos, do espanto”, avalia.

Por conta do caráter experimental da obra, Vinicius comemora sua participação da SP-Arte, que tem formato de feira, com intensa comercialização dos trabalhos apresentados lá. “Levar um trabalho que sair um pouco desse formato convencional me agrada”, afirma.

Obras desta série já foram apresentadas em exposições em Foz do Iguaçu, no Ecomuseu de Itaipú, com o "commoditie - Água", feito com água do rio Paraná, e outra em Salvador, na galeria Paulo Darzé, com outro "commoditie - Mata", feito com vestígios de Mata Atlântica. "Gosto de me comunicar de forma direta com o público. A forma de código de barras é um artifício simbólico que utilizo nesta série para levar o espectador a refletir sobre questões conceituais e materiais ligadas à matéria contida na obra poético-política, neste caso, o petróleo vazado naquele triste episódio da história recente do nosso País."

Virtual, o evento pode ser conferido pelo sp-arte.com, com acesso gratuito.
 
Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.

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