19 Sep 2023
Reportagem do New York Times destaca legado do grupo baiano Tincoãs
“A história de Os Tincoãs nunca foi linear”, afirma Aleluia. “Sempre voltamos no tempo. Este novo disco vem de uma dessas lacunas no tempo. Nem sei se representa uma chegada em algum lugar, porque na vida estamos sempre caminhando. Só paramos quando entregamos o espírito”, completa.
“O trabalho de apuração foi aquele de sempre: bati longos papos com Mateus Aleluia (um ao vivo, outro por telefone), vi dois encantadores shows dele e fiz algumas entrevistas para traçar um perfil dos Tincoãs, essa joia rara da MPB, aproveitando o lançamento do álbum”, relatou o jornalista.
A reportagem traz ainda relatos carinhosos de Margareth Menezes e Emicida sobre a importância desta obra para eles. “Os Tincoãs sempre me encantaram desde pequena, quando ouvia minha mãe cantar as músicas do grupo”, revelou a ministra da Cultura do Brasil. “Eles representam as raízes africanas da música brasileira”, destacou.
“Os Tincoãs revolucionaram a música brasileira ao harmonizar o canto afro-religioso”, disse Emicida. “Eles representam um Brasil insurgente que, apesar de vítima dos piores males coloniais, nunca desistiu de produzir beleza. O trabalho do grupo é uma fonte inesgotável de inspiração para mim, ainda mais agora que o país vive o reconhecimento da cultura negra”, afirmou.
Exposição
Quem quiser conhecer outro aspecto do trabalho de Aleluia pode visitar a Casa do Benin, no Pelourinho, em Salvador, e conferir a mostra "Benin do Lado de Cá", idealizada por ele, fruto dos registros realizados durante uma expedição etno-musical na Bahia, em 2021, e no país africano, em 2022, com o projeto "Nações do Candomblé".
O projeto expositivo foi desenvolvido em parceria com o artista visual Tiago Ribeiro, que também assina a identidade visual, e com o produtor musical Tadeu Mascarenhas. A mostra poderá ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h, até 5 de dezembro.
Por Gabriela Cruz. Foto: Paola Alfamor/Divulgação.
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