25 Apr 2023
Morre o cantor e ativista Harry Belafonte, ‘Rei do Calypso’ e idealizador de ‘We are the World’
Nascido no Harlem, filho de mãe jamaicana e pai francês da Martinica, o ator e intérprete conhecido como “Rei do Calypso” passou a maior parte de sua infância na Jamaica antes de retornar a Nova York, uma mistura de culturas que influenciou sua música e sua luta pela igualdade racial. As informações são do g1.
O calipso de Belafonte, um gênero de música caribenha, o levou à fama durante a prosperidade e crescimento das cidades após a Segunda Guerra Mundial. Seu terceiro álbum, com o título "Calypso", de 1956, foi o primeiro LP a vender mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos.
Outra faceta importante foi a dedicação ao ativismo: Belafonte foi um dos responsáveis pela criação do supergrupo USA for Africa, que lançou a música "We Are The World" e arrecadou U$ 1,985 bilhão (cerca R$ 392,3 bilhões) para as vítimas da fome na Etiópia.
À medida que o movimento pelos direitos civis ganhava força, Belafonte assumiu um papel pioneiro que foi além do simples apoio moral. Ele se tornou um confidente de Martin Luther King e contribuiu com seu próprio dinheiro para apoiar a causa.
Após John F. Kennedy assumir a presidência dos EUA, ele nomeou Belafonte para o comitê de assessoria do recém-criado Corpo da Paz, com o qual o jovem presidente esperava que a América mostrasse seu poder por meios não militares.
Mas enquanto muitos no Corpo da Paz esperavam "mostrar como somos bonitos como povo", Belafonte esperava expor os jovens americanos às lutas do mundo em desenvolvimento.
Pioneirismo
Belafonte se tornou, em 1954, a primeira pessoa negra a ganhar um prêmio Tony, por seu papel no musical da Broadway "Almanaque do John Murray Anderson".
Seis anos depois, foi o primeiro negro a ganhar um prêmio Emmy por "Tonight with Belafonte", seu programa de música na televisão. Belafonte tem ainda três Grammys e várias outras estatuetas.
O álbum "Calypso" incluía a música que virou a canção emblemática de Belafonte. "Day-O (The Banana Boat Song)" era baseada em uma melodia popular jamaicana.
Para os críticos, essa música era apenas para dançar e fazer as pessoas se sentirem bem. Para Belafonte, no entanto, era o incitamento à rebelião dos trabalhadores que exigiam salários justos.
O ativista passou cada vez mais tempo na África - especialmente no Quênia - e se tornou um dos artistas americanos mais importantes na luta contra o apartheid na África do Sul. Era amigo do líder sul-africano Nelson Mandela.
Seu álbum "Paradise in Gazankulu", lançado em 1988, falava da opressão dos negros sul-africanos e foi parcialmente gravado em Joanesburgo com artistas locais. As informações são do g1.
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Foto: Divulgação.