Rayssa Leal planeja dar um tempo na carreira após Paris: 'Estou perdendo um pouco da adolescência'

redacao@aloalobahia.com

Em uma noite, Rayssa Leal estava na festa de despedida no primeiro ano do ensino médio em Imperatriz, no Maranhão, fantasiada de Pocahontas. Na tarde seguinte, estava em São Paulo, pronta para competir mais uma vez como uma das melhores do planeta na final da Liga Mundial de Skate Street. Aos 15 anos, com pelo menos quatro deles dedicada a ser a skatista brasileira de maior destaque internacional, Rayssa disputa neste fim de semana, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, com transmissão da TV Globo e do sportv, a decisão da Street League Skateboarding (SLS), competição chamada de Super Crown. Mais uma parada na sequência de dezenas de viagens que ela fez durante o ano. Um respiro, no entanto, é uma das metas para depois das Olimpíadas de Paris.

Clique aqui e participe do canal do Alô Alô Bahia no WhatsApp

Em busca do bicampeonato da competição que coroa a melhor da temporada, a jovem maranhense precisou finalizar as provas no colégio há uma semana para, daqui a dez dias, já estar em Tóquio — pela segunda vez em 2023 — na disputa do Mundial da modalidade. Até as Olimpíadas de 2024 serão pelo menos mais quatro eventos pré-olímpicos, além das fases da SLS, como a recém-anunciada etapa em Paris, no fim de fevereiro.

"Só terapia para me ajudar nessas viagens todas. Estava falando com a minha mãe: querendo ou não, estou perdendo um pouco da minha adolescência lá em Imperatriz. Tô perdendo as festinhas com meus amigos, tô perdendo um pouco da escola. Tem que falar, pô. É abrir mão de algumas coisas para pensar no futuro. É muita viagem, muita escola, muita atividade, muita prova para fazer. É muito doido. Tenho que me virar em 30 quando estou em Imperatriz: fazer aula da escola, mais aula particular, mais prova, mais ficar com a família, sair com os amigos, tem que treinar. Mas quando a gente faz o que ama o tempo passa muito rápido", afirma Rayssa Leal.

Passados os Jogos de Paris 2024, no entanto, a skatista medalhista de prata na estreia olímpica do skate em Tóquio, em 2021, quer dar um tempo. Um tempo para ela mesma. Mas não para deixar de andar de skate. Rayssa Leal quer um tempo para gravar a própria "vídeo part", ou seja, aquele rolê de skate nas ruas, com amigos, arriscando novas manobras, sem pressão de notas nem adversários em competições, com tudo devidamente gravado para virar filme.

"Tem uma galera esperando minha 'vídeo part', é verdade. É muito campeonato, campeonato. E na rua é uma experiência diferente. Fiquei alguns dias filmando agora, renderam algumas coisas, mas podia ter rendido mais. Mas tenho muitos campeonatos, tem escola. Fiquei feliz, porque o que é difícil na pista, na rua é o dobro. Cansa mais rápido. Até uma manobra simples é uma coisa muito doida de pensar. Espero começar a filmar minha 'vídeo par'" de verdade depois das Olimpíadas, porque vou ter bastante tempo", disse Rayssa Leal em entrevista coletiva, em São Paulo, nesta quinta-feira (30).

Curiosamente, Rayssa surgiu como prodígio aos 7 anos de idade justamente em um vídeo gravado pela mãe, Lilian, feito na rua em Imperatriz, após um desfile de 7 de Setembro, fantasiada de Sininho. Agora, oito anos depois, espera que enfim possa voltar a voar nas ruas.

"É só uma expectativa mesmo. Na verdade, os campeonatos, para a corrida olímpica, são muitos. E faltam uns seis meses para as Olimpíadas. Só daí você já vê. E acho, tô criando minhas expectativas, sei que não devia criar expectativas, mas já criando, eu acho que vai ser melhor (depois de Paris). Esses campeonatos demandam muito. É muito tempo. Estou me preparando porque quero filmar minha "vídeo part" logo. E poder fazer as coisas que a gente quer. Porque pra Olimpíada, se machucar, lascou! Então tem que preservar o corpo e ficar bem", explicou Rayssa.

 

Uma "vídeo part", como definiu o brasileiro Felipe Gustavo, que também disputa o Super Crown neste fim de semana em São Paulo, é o "cinturão" para o skatista. Em busca desse medalha, que não é olímpica, mas pessoal, muitos profissionais do skate chegam a fazer uma dezena desses vídeos ao redor do mundo. "É como se a 'vídeo part' fosse gravar um álbum e o campeonato é o show", concordaram os skatistas na entrevista coletiva da SLS nesta quinta-feira.

Em 2023, portanto, Rayssa fez um show atrás do outro. Foram quatro etapas da SLS, quatro do circuito mundial da World Skate (que vale para o ranking olímpico), três STU (o circuito brasileiro), dois X-Games e os Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, no mês passado, onde ela foi campeã.

Enquanto o "álbum" não chega, no segundo semestre de 2024, Rayssa segue andando de skate, competindo e se divertindo. "Pode ser até no aeroporto, com meu carrinho embaixo dos meus pés, estou me divertindo. É o que amo. Foi o que escolhi para ser da minha vida: ser atleta, andar de skate e me divertir. Skate é diversão. E quando estamos com nossos amigos nos divertimos ainda mais", concluiu Rayssa, aos 15 anos.

​As informações são do Globo Esporte.


* Publicado por N.R. ​Foto: Julio Detefon/CBSK. 

​Leia mais notícias na aba Notas. Acompanhe o Alô Alô Bahia no TikTok. Siga o Alô Alô Bahia no Google News e receba alertas de seus assuntos favoritos. Siga o Insta @sitealoalobahia, o Twitter @AloAlo_Bahia e o Threads @sitealoalobahia.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias