Raízes nacionais: com presença de baianos, eventos abraçam a diversidade da produção artística do país

“Expandir perspectivas, ampliar narrativas e romper estereótipos”. Esta é a proposta da feira SP-Arte Rotas Brasileiras. Isto só é possível porque o evento, que chega à sua segunda edição na próxima quarta-feira (30) e segue até 3 de setembro na ARCA, em São Paulo, abraça a diversidade, misturando não só o erudito e popular e o comercial com o institucional, como também dando visibilidade para artistas vindos de diversas partes do país. Cerca de 40% dos artistas expostos nas 70 galerias participantes são não-brancos, segundo dados do evento.
 
“É um evento onde queremos que as pessoas se identifiquem com as raízes nacionais e que, ao mesmo tempo, traz dinamismo e oxigenação ao mercado”, afirma a diretora Fernanda Feitosa. São 70 projetos curados especialmente para a ocasião por galerias de 11 estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Pará, Goiás, Brasília, Maranhão e Bahia.
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Obra de Felipe Rezende

Para sua participação na feira, a RV Cultura e Arte vai propor um diálogo entre as obras de Felipe Rezende e Milena Ferreira. Os artistas baianos têm produções distintas, mas suas criações convergem para questões relacionadas ao efeito do tempo nos corpos, da cidade e de seus habitantes, e o interesse em representar, a partir de experiências pessoais, a realidade à sua volta. Um recorte que está em consonância com a proposta da SP-Arte Rotas Brasileiras.
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Obra de Milena Ferreira

A Paulo Darzé também reuniu dois artistas baianos: Ayrson Heráclito e Nádia Taquary, autores de trabalhos que “ressoam saudação à ancestralidade, historicidade, identidade, religiosidade, abarcando questões relacionadas à presença e à importância do negro no Brasil”, destaca a galeria. “Imersos neste complexo sistema de saberes, oriundo de Áfricas pré-coloniais que reverberam a partir da margem americana do atlântico negro, ambos formulam conceitos, interpretam oralidades, materializam e problematizam complexos sistemas simbólicos sobre a cultura afro-brasileira”.
 
Ao lado do compositor, cantor e professor de artes Tiganá Santana, Heráclito também participará da 35ª Bienal de São Paulo, principal mostra de arte do país, que será realizada de 6 de setembro a 10 de dezembro no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera.
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Tiganá Santana Ayrson Heráclito

Intitulada “coreografias do impossível” e apostando em práticas artísticas de diferentes partes do mundo, o evento reuniu 121 nomes, que através de suas obras, vão concretizar um dos objetivos do evento, o de “construir espaços e tempos de percepção que desafiam a rigidez da linearidade do tempo ocidental”, afirmam Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, que formam o coletivo curatorial da mostra.
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Coletivo de curadores da 35ª Bienal: Hélio Menezes, Grada Kilomba, Diane Lima e Manuel Borja-Villel

Para concretizar esse desejo, os curadores trouxeram vozes que “desafiam o impossível em suas mais variadas e incalculáveis formas”, destacam. “Lidam com a violência total, a impossibilidade da vida em liberdade plena, as desigualdades, e suas expressões artísticas são transformadas pelas próprias impossibilidades do nosso tempo”.
 
Para José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, a mostra representa um novo capítulo e legado para a instituição. “A 35ª Bienal de São Paulo é um marco histórico que transcende as fronteiras do impossível. Estamos testemunhando a convergência de artistas excepcionais, ideias transformadoras e um diálogo incisivo sobre as questões urgentes do nosso tempo. Essa exposição se tornará um legado duradouro, inspirando gerações futuras e redefinindo os limites do que é possível na expressão artística.”

  
Fotos: Artes das obras Ayrson Heráclito e Nádia Taquary, Felipe Rezende e Milena Ferreira são divulgação; curadores por Levi Fanan; Ayrson Heráclito e Tiganá Santana por Leo Monteiro

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