Primeira médica negra do Brasil, Maria Odília ganha memorial em Salvador

Com informações do Correio24Horas

A Escola de Saúde Pública de Salvador (ESPS), inaugurada nesta sexta-feira (15) pela Prefeitura, possui uma ala inteira em homenagem a Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil. O local conta com uma exposição permanente que apresenta a história da baiana de origem humilde que foi também a primeira professora negra da Faculdade de Medicina da Bahia.

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A ESPS está localizada na Rua Miguel Calmon, no Comércio, e foi inaugurada com a presença do prefeito Bruno Reis e da vice-prefeita e titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Ana Paula Matos. Netos e bisnetos de Maria Odília também estiveram no local para receberem a homenagem em nome da família.
 
Maria Odília Teixeira nasceu em São Félix do Paraguaçu em 1884 e faleceu em Salvador em 1970, deixando um legado histórico. A partir de um equipamento cultural em formato de árvore, como símbolo de ancestralidade, o visitante é convidado a conhecer e interagir com os fatos pertinentes à trajetória da médica. Ela também foi a primeira mulher a ser diplomada em medicina no Século XX.

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A inspiração de Maria Odília para a carreira médica veio do pai, José Teixeira, também médico. Com a ajuda de um dos irmãos, Tertuliano Teixeira, bacharel em Direito, ela conseguiu se formar e cinco anos depois já estava dando aula na Faculdade de Medicina, lecionando Clínica Obstétrica.

No entorno da árvore foram dispostas telas, além de ilustrações que representam as diferentes fases da vida da personagem, visando fortalecer os vínculos da imagem de Maria Odília com as lutas atuais, criando laços de identificação.
 
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"A Prefeitura se sente honrada em valorizar ícones da nossa cidade, em especial da população negra, que representa a maioria do nosso povo e da nossa gente. Essa escola, aqui no coração do Centro Histórico, tem diversos significados. Como a homenagem a Maria Odília, primeira médica negra do Brasil, orgulho da Bahia e de Salvador. Teremos o memorial na escola, onde estarão perpetuados os seus ensinamentos, valores e princípios para a geração presente e as gerações futuras", completou o prefeito Bruno Reis.

A secretária de saúde também justificou a homenagem a Maria Odília: "O Memorial surge como forma de reparação histórica e reforço do poder feminino e negro, característicos da nossa cidade", avaliou Ana Paula Matos.

Neto de Maria Odília, o médico André Lavigne lembrou o período em que morou com a avó na infância, no bairro do Barbalho, onde ela, com a idade já bastante avançada, atendia de graça a quem a procurava. "Ela parou de trabalhar para cuidar da família. Dizia que casou com um homem de posses, que Deus foi muito bom e ela tinha que retribuir atendendo os pobres de graça. Era uma pessoa simples. Vim saber há uns 15 anos que ela foi a primeira médica negra do Brasil. Era um doce, não se gabava de ser médica. Foi um exemplo para todos nós. Estimulou meu pai a fazer Medicina e ele nos ensinou também a fazer essa profissão por amor, sem olhar quem tem ou não tem", relatou, durante a solenidade.

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Visitação

A partir do dia 3 de janeiro, já haverá visitas guiadas ao Memorial Maria Odília para o público externo. Para isso, é necessário fazer o agendamento no site da escola. A visitação pode ser feita de terça à sexta-feira, das 10h às 17h.

* Texto do jornal Correio adaptado e publicado por José Mion. Fotos: Betto Jr. / Secom e Reprodução.

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