Preta Gil estrela capa digital da Vogue

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Preta Gil estrela capa digital da Vogue, uma das maiores revistas de moda do mundo. Na entrevista, a cantora e empresária refletiu sobre o seu amadurecimento, os seus 20 anos de carreira e sobre como foi o processo do seu letramento racial.
 
O ensaio da capa foi feito por uma equipe majoritariamente feminina e preta, e livre de edições, um dos pedidos da artista foi para ser retratada de forma natural com as suas dobras, estrias e marcas. “A Preta Gil envelheceu, o que é muito natural. Não encaretei, ao contrário, tenho a mesma paixão pela vida. Encaretar é parar no tempo e neste sentido eu sou bem Raul Seixas: uma metamorfose ambulante”, diz a cantora.
 
No bate-papo com a jornalista Claudia Lima, a cantora relembrou o seu álbum de estreia, o Prêt-à-Porter, que foi lançado em 2003 e trouxe para debate diversas questões importantes e inéditas para época, marcando o início da trajetória do nome Preta Gil no mundo da música.
 
“Aquela capa foi tratada com sensacionalismo desde o início, não houve lugar para reflexão. Chocou muito as pessoas. Para mim, era natural mostrar quem eu era, mas hoje vejo que foi uma ingenuidade. O Brasil daquele momento não estava preparado para uma mulher preta, gorda, que se assumia bissexual e falava abertamente sobre isso”, reflete.

Durante a entrevista, Preta destaca ainda que o ativismo sempre esteve presente em seu trabalho, embora esse não fosse necessariamente seu objetivo no começo da carreira. Ela lembrou ainda que um dos momentos mais importantes do seu entendimento como ativista aconteceu durante uma palestra em Salvador, há cerca de sete anos, onde foi vaiada após usar dois termos racistas, mulata e denegrir, em sua fala.

“Na época, eu não tinha letramento racial e mostrei minha ignorância, fui totalmente vulnerável”, recorda. A partir dali, com a ajuda de Taís Araújo, da ativista e influenciadora Tia Má e outras mulheres pretas, começou a participar de um grupo onde tinha discussões sobre o assunto. “Falei, ouvi, li vários livros, discordamos, tivemos embates, mas acolhemos nossas diferenças como mulheres negras”.

A entrevista “Verdades de Preta” estará disponível na íntegra na edição impressa de setembro da Vogue Brasil.



Foto: Helen Salomão/Vogue Brasil. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.
 

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