Tombo na avenida: prejuízos da suspensão do Carnaval de Salvador podem chegar a R$ 1,8 bi

A maior festa de rua do mundo se sustenta em uma gigantesca cadeia que vai do catador de latinhas ao mais rico artista. Os prejuízos causados pela suspensão do Carnaval de Salvador devido à pandemia do novo coronavírus têm um enorme impacto econômico e social. Tomando como base o ano passado, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e a Empresa Salvador Turismo (Saltur) estimam que a movimentação econômica ligada à folia pudesse chegar a R$ 1,8 bilhão em 2021. 

As informações são do repórter Alexandre Lyrio, do jornal Correio*, que ouviu a maior parte dos envolvidos nessa indústria de fazer emprego, renda e alegria. Entre desolação e desespero, busca por alternativas e até mesmo a falta delas, a única certeza é de que o Carnaval não é só uma festa, mas representa a sobrevivência de milhares de famílias. O Carnaval congrega uma rede de setores que movimenta de empresas de bebidas a fábricas de purpurina. O folião, seja lá de onde ele venha, é um consumidor ativo que compra no ambulante, utiliza meios de transporte, adquire abadás de blocos, frequenta camarotes e usa fantasias e acessórios.

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Em torno disso estão desde as costureiras das fábricas aos cordeiros e seguranças, dos músicos aos roadies das bandas, dos donos de imóveis alugados nos circuitos aos barraqueiros, dos motoristas de trio às empresas de banheiro químico e estruturas de montagens. É uma infinidade de produtos e serviços em que, segundo estimativa da Saltur, cerca de 250 mil pessoas conquistam postos de trabalho. A maioria de maneira informal e temporária. Mas, muitos até assinam a carteira. No mês de fevereiro de 2020, ocorreram 1.982 admissões formais nas atividades ligadas ao Carnaval. Agora imagine tudo isso parado. 

Boa parte dessa cadeia é alimentada por visitantes. Segundo pesquisa realizada pela Prefeitura de Salvador, cada turista nacional chega a desembolsar R$ 5,1 mil e um estrangeiro gasta em torno de R$ 3,7 mil durante a festa. Já os baianos costumam desembolsar cerca de R$ 1,8 mil cada no Carnaval.

Os dados foram atualizados com base na pesquisa de análise de perfil dos turistas no Carnaval de 2017, com revisão monetária no ano seguinte e com aplicação de um crescimento de 1,7% em 2020. De acordo com o mesmo estudo, os visitantes costumam passar sete dias na cidade no período do Carnaval, mas brincam nas ruas aproximadamente cinco dias.

A Secult estimou que 854 mil turistas vieram a Salvador no Carnaval 2020. Destes, 435,8 mil do interior da Bahia, 331,5 mil de outros estados e 86,2 mil eram estrangeiros. Com a pandemia, esse número deve reduzir absurdamente. Até o momento, a prefeitura não tem uma estimativa de turistas que virão esse ano. 

“Vai ter muita gente durante o período de Carnaval em Salvador. Até porque muitos já estavam programados. Inclusive nos preparamos, nos estruturamos para receber esses visitantes na pandemia. Desde dezembro já há uma movimentação na cidade. Mas, claro, nada vai ser comparado ao que seria se tivesse Carnaval”, admite o presidente da Saltur, Isaac Edington.

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Foto: Acervo Secom Salvador. Siga a gente no Instagram @sitealoalobahia e no Twitter @aloalo_bahia.

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