14 Aug 2023
Por que a dona das Casas Bahia vai fechar 100 lojas e demitir mais de 6 mil funcionários
As mudanças não ocorrem sem razão. Os últimos resultados financeiros da Via apresentaram desafios significativos. No segundo trimestre, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 492 milhões, em contraste com o lucro de R$ 6 milhões no mesmo período do ano anterior.
Os números colocam em evidência as dificuldades enfrentadas pela empresa no cenário econômico atual. Nas lojas físicas, o valor total de vendas atingiu R$ 6 bilhões, um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior. No comércio online, o valor total de vendas caiu 5,1% em comparação com o ano passado, chegando a R$ 3,5 bilhões. Marketplace, a Via teve um volume de vendas de 1,5 bilhão, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
“Fruto da queda do mercado e cenário mais restritivo para compras online”, justifica a companhia no documento publicado.
O que está acontecendo?
A diminuição de 5,1% no volume total de vendas da Via, dona das Casas Bahia, no comércio online destaca desafios no cenário atual de compras online. Com o aumento de consumidores que valorizam a rapidez nas compras online, a queda sugere que a empresa pode estar tendo dificuldades para atender às expectativas dessa nova tendência.
Atualmente, compradores online buscam uma experiência de compra mais rápida, eficaz e conveniente, com processos de seleção, pagamento e entrega otimizados.
Pontos positivos
No entanto, é interessante notar que o aumento de 9% no volume do marketplace traz um elemento positivo. Isso sugere que, apesar dos obstáculos, a Via está bem-sucedida ao usar o modelo de marketplace — onde diversos vendedores oferecem seus produtos em uma única plataforma. Esse formato pode atrair consumidores em busca de uma variedade mais ampla de produtos e uma experiência de compra mais ágil e prática.
Diante dessa nova dinâmica de consumo online, é possível que as Casas Bahia precisem ajustar suas estratégias, investir em agilidade, diversidade de produtos e atendimento ao cliente para recuperar uma posição sólida no mercado virtual e atender às demandas em constante mudança dos consumidores.
Como a Via, dona das Casas Bahia, está agora?
O momento atual é de transformação para a Via, e, por consequência, para as marcas Casas Bahia e Ponto. Sob a liderança de Renato Horta Franklin e Elcio Mitsuhiro, a empresa está se esforçando para criar uma operação mais equilibrada, sustentável e lucrativa. A decisão de possivelmente fechar entre 50 a 100 lojas é um passo para otimizar os recursos e melhorar a eficiência operacional.
Quais são os próximos passos da Via?
A empresa criou "O plano estratégico "Via 2025" — que vai além do fechamento de lojas. A Via está implementando uma série de estratégias para enfrentar os desafios e melhorar sua posição no mercado.
O sucesso nesse ambiente competitivo estará reservado para aqueles que souberem enxergar as oportunidades dentro da crise e conseguirem desenvolver planos ágeis, alinhados com as expectativas do público. Como uma empresa com uma trajetória sólida, a Via está adotando medidas proativas para enfrentar esses desafios, se adaptar e se posicionar de forma resiliente e eficaz em meio à evolução contínua do mercado.
REDUÇÃO DE ESTOQUES
A empresa planeja reduzir seus estoques em até R$ 1 bilhão, adotando promoções tanto para produtos online como para lojas físicas. A ideia é liberar capital e otimizar recursos, alinhando-se às demandas do mercado.
RENEGOCIAÇÃO DE ALUGUÉIS
A Via está buscando renegociar os acordos de aluguel de suas lojas — o que pode permitir uma economia significativa nos custos operacionais.
REAVALIAÇÃO DE PRODUTOS
A empresa reconhece a importância de se adaptar às mudanças nas preferências dos consumidores. Portanto, eles estão reavaliando o mix de produtos oferecidos para atender às demandas em constante evolução.
INOVAÇÃO NA CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Uma abordagem notável é a mudança na forma de captação de recursos para financiar vendas a prazo. A Via planeja adotar fundos de investimento em direitos creditórios (FDICs) como uma maneira de fortalecer sua oferta de crédito ao consumidor. Isso também pode abrir portas para maior acesso ao mercado de capitais.
*Por Naiana Ribeiro. Foto: Divulgação/Casas Bahia.
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