Pesquisadores identificam pela primeira vez surgimento região árida no Norte da Bahia

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Um estudo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontou características de clima árido no norte da Bahia. Esta é a primeira vez que o registro é feito no país. Pesquisadores dos dois órgãos federais, ambos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), também constataram que a área com clima semiárido vem aumentando. No último período considerado, entre 1990 e 2020, a área chega a 5,7 mil quilômetros quadrados.

Com exceção da região Sul e do litoral dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo, segundo o estudo, a tendência de aumento da aridez se observa em todo o país. Os pesquisadores apontam que esse processo está relacionado com o aquecimento global. Isso porque, com o clima mais quente, cresce também a evapotranspiração [combinação entre a evaporação da água que cai no solo e a transpiração de água pelas plantas]. Na região Sul, no entanto, observa-se uma tendência inversa, associada ao aumento das chuvas.

A cada década, áreas do semiárido do país crescem a uma taxa média superior a 75 mil quilômetros quadrados. Os locais concentram-se principalmente no Nordeste e no norte de Minas Gerais, informa o estudo, divulgado na última terça-feira (14). Os cientistas utilizaram uma metodologia reconhecida internacionalmente onde, através dela, é estabelecido o índice de aridez, calculado a partir de uma fórmula onde os valores de precipitação são divididos pela evapotranspiração potencial de cada região.

Nos climas mais secos, onde há um déficit de chuvas, essa razão fica abaixo de 1. A região é considerada semiárida se o resultado ficar entre 0,21 e 0,5 e árida se ficar abaixo de 0,2.

Resultados

O diagnóstico produzido pelo Inpe e pelo Cemaden subsidiará a Política Nacional de Combate à Desertificação, coordenada pelo Ministério do Meia Ambiente. A análise considerou dados levantados entre 1960 e 2020.

Eles foram divididos em períodos de 30 anos. Assim, foram feitos mapas com as médias históricas de quatro intervalos: 1960-1990, 1970-2000, 1980-2010 e 1990-2020.

* Por Matheus Simoni, com informações da Agência Brasil. Foto: Inpe

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