Pesquisadora baiana participa da conferência sobre mudanças climáticas promovida pela ONU, em Dubai

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A pesquisadora e jornalista baiana Lourivânia Soares prepara para desembarcar nos Emirados Árabes, onde participará da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, que acontece entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai. Ela foi uma das 15 selecionadas pelo Centro Global de Adaptação e pela Rede de Conhecimento sobre Clima e Desenvolvimento para fazer parte da segunda edição da publicação Histórias de Resiliência e Adaptação, que terá o primeiro lançamento no dia 1 de dezembro, às 16h30, no Resilience Hub. 

A ativista pelos Direitos Humanos também foi uma das 15 pessoas selecionadas pelo fundo da Global Resilience Partnership para participar do grande evento da agenda climática mundial. A coalizão formada por mais de 70 organizações visa promover a resiliência através da identificação e expansão no terreno da inovação, da geração e partilha de conhecimentos e da definição de políticas. 

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Natural do município de Pintadas, Lourivânia não limitou seu potencial à vida restrita da infância, tão pouco às narrativas que reforçam o estereótipo do sertão como um lugar de escassez. Junto com outros quatro amigos, criou um cinema móvel e um grupo de teatro, que durante muito tempo foram as principais fontes de entretenimento e formação da comunidade. Foi na Igreja, nos encontros da Pastoral da Juventude do Meio Popular e, mais tarde, junto à sociedade civil organizada, que foi compreendendo que o ambiente que tinha como natural era resultado de desigualdades sociais, da falta de acesso a serviços básicos e oportunidades. Além disso, fez parte da luta pelo acesso à água em Pintadas, primeiro município do Nordeste a universalizar a cobertura hídrica na zona rural por meio de tecnologias sociais.

“O semiárido foi historicamente estigmatizado como um local de pobreza e atraso. Meu objetivo é contribuir para a construção de uma nova perspectiva, que reconhece essa região como um local rico em cultura, recursos naturais e potencial econômico, apesar de todas as adversidades”, reitera. Ela adianta ainda que, durante a COP28, irá "reforçar o coro em defesa da Amazônia para a proteção da biodiversidade e equilíbrio do planeta, mas também destacar a caatinga, que é esse bioma exclusivamente brasileiro, de um potencial enorme e tão devastado.”

Na visão da especialista, sediar a COP em 2025 é uma oportunidade para que o Brasil amplifique as vozes dessas comunidades por direitos e reparação, considerando a emergência climática e as consequências diversas como a migração, o impacto na produção de alimentos e os problemas de saúde decorrentes

“Um ponto fundamental é a necessidade de elevar o nível de conhecimento sobre os biomas entre a população em geral e, em particular, os jovens. Isso implica proporcionar acesso a informações abrangentes sobre o potencial e as ameaças decorrentes das mudanças climáticas. Além disso, é necessário investir em projetos de restauração, promover práticas sustentáveis de produção agroecológica e fomentar o consumo consciente, promover a defesa das nossas águas”, defende, considerando também fundamental criar soluções em nível local para as comunidades e os territórios resilientes, com a valorização do conhecimento tradicional das pessoas que ali vivem. 


* Por Luana Veiga. Foto: Del Brandão.

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