20 Jan 2022
Por que os millennials não gostam de atender e falar ao telefone?

"Os millennials – nascidos entre 1981 e 1996 – e a Geração Z – nascidos de 1997 a 2010 – têm comunicação integrada através de plataformas assíncronas, nas quais não é necessário que os dois interlocutores coincidam com o tempo. É mais fácil, mais confortável e menos intrusivo", conclui Enric Soler, professor de Estudos de Psicologia e Ciências da Educação da instituição.
A pesquisa entrevistou 1.200 millennials e 75% deles afirmaram que consideram receber uma ligação “uma interrupção desagradável na vida cotidiana”. De acordo com o professor, a falta de segurança em habilidades de comunicação presencial e síncrona faz com que esses jovens pratiquem mecanismos de defesa como a evasão. Se a ligação não for atendida, o risco desse déficit de habilidades sociais ser notado não existe.
A pesquisa revela ainda que os millennials consideram as ligações um meio de comunicação arriscado. "Eles foram apresentados a maneiras de se comunicar muito diferentes das demais gerações. Chats e aplicativos de mensagens permitem às pessoas pensarem antes de falar, tendo um controle do que se dirá. Pode-se dizer algo e, em seguida, apagar sem que o outro saiba o que foi dito; pode-se ter reações corporais sem que o outro tenha acesso, dentre outras questões", avalia Priscilla Martins, psicóloga do Instituto Castro, em entrevista à revista Casa&Jardim.
A pandemia, claro, tem responsabilidade na intensificação desse comportamento, com a maior frequência de chamadas de vídeo, por exemplo. Os especialistas apontam “nervosismo, inquietação, medo de falar durante as reuniões, estresse e menos produtividade” como sintomas do que se tem apelidado de “ansiedade de zoom”, o que nos leva a um paradoxo: apesar dos millennials e a geração Z fazerem uso intensivo dos smartphones, mantendo interação constante com outras pessoas por redes sociais e aplicativos, eles perderam o hábito de interagir ao vivo.
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