14 Jun 2021
Pesquisa da FGV mostra que média de felicidade do brasileiro chegou ao menor nível em 15 anos
Em 2020, o índice de felicidade média de nossa população foi o menor em 15 anos, desde que o número começou a ser medido, em 2006. Só para se ter uma ideia, numa escala de um a dez, chegou a 6,1 (ou seja, 0,4 ponto menor do que a registrada no ano anterior). O dado foi obtido a partir de uma avaliação dos entrevistados da satisfação com a própria vida.
A queda, inclusive, foi maior do que a média registrada em 40 países. A nota média de satisfação da vida do brasileiro caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. No resto do mundo a nota tinha parado durante a pandemia em torno de 6,0.
Na pesquisa há também medidas pontuais de bem-estar relacionadas à sentimento como raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento. A sensação de raiva subiu de 19% em 2019 para 24% em 2020 dos brasileiros, uma mudança de 5 pontos de porcentagem. No mundo este avanço foi de 0,8% pontos percentuais. Ou seja, a raiva aumentou 4,2 pontos percentuais a mais no Brasil durante a pandemia que no resto do mundo.
Preocupação, stress e tristeza também subiram, respectivamente, 3,6, 2,9 e 2,2 pontos percentuais a mais no Brasil do que no resto do mundo.
Essa perda de felicidade, porém, não é uniforme. A população mais pobre do país sofreu mais. Entre os 40% mais pobres, a queda foi de 0,8 ponto; enquanto, entre os 20% mais ricos, houve ligeira alta, de 0,1 ponto.
A renda média também foi do maior ao menor nível da série histórica. De janeiro a março de 2020, a renda média bateu recorde, com R$ 1.122. Em menos de um ano, caiu 11,3% e atingiu o menor ponto, de R$ 995. Foi a primeira vez que fica abaixo de R$ 1 mil mensais.
Os mais pobres do Brasil perderam quase o dobro da renda da média dos brasileiros durante um ano de pandemia do novo coronavírus. Enquanto a população média viu uma queda de 10,89%, os mais vulneráveis caíram quase o dobro: 20,81% em sua renda.
Foto: @chezboamorte. Siga o insta @sitealoalobahia.
