25 Oct 2023
Pesquisa aponta que trabalhadores por aplicativo na Bahia têm o menor rendimento médio mensal do país

O levantamento é do módulo inédito Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O estudo é fruto de um acordo de cooperação técnica entre o Instituto, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Na Bahia, em 2022, os trabalhadores por aplicativo na Bahia tinham o menor rendimento médio do país e, embora ganhassem por mês mais do que a média do setor privado, tinham uma jornada profissional semanal tão maior, que o rendimento recebido por hora de trabalho deles ficava abaixo do registrado para a população ocupada em geral.
No 4º trimestre do ano passado, na Bahia, enquanto o rendimento médio mensal real das pessoas ocupadas no setor privado era de R$ 1.477 (o 3º mais baixo entre os estados), as pessoas que trabalhavam por aplicativo de serviços ganhavam, em média, R$ 1.719 por mês - um valor 16,4% maior, mas o mais baixo do país.
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Em todo o Brasil, o rendimento médio mensal do setor privado era R$ 2.513, enquanto as pessoas que trabalhavam por aplicativo ganhavam 5,3% a mais: R$2.645.
Os maiores rendimentos médios mensais para trabalhadores por aplicativo estavam em Mato Grosso do Sul (R$ 5.155, 83,4% acima da média do setor privado no estado, a maior diferença do país), Tocantins (R$ 3.741, 77,0% acima da média, 2ª maior diferença do país) e Paraná (R$ 3.602, 28,5% acima da média).
Em oito estados brasileiros, os trabalhadores por aplicativo ganhavam menos do que a média do setor privado. As diferenças para baixo eram mais representativas no Rio de Janeiro, onde quem trabalhava por aplicativo ganhava R$ 2.559, 11,8% menos do que a média, São Paulo (R$ 2.907, -10,3%) e Roraima (R$ 1.829, -9,4%).
Se em 19 dos 27 estados, os trabalhadores por aplicativo tinham rendimento mensal maior, em todos eles esses profissionais trabalhavam mais horas por semana do que a média. Na Bahia, quem trabalhava por aplicativo tinha uma jornada média semanal de 44,6 horas, pouco mais de 7 horas ou 19,3% maior do que a jornada dos profissionais do setor privado em geral, que era de 37,4 horas.
Assim, com um rendimento 16,4% maior, mas com uma jornada profissional semanal 19,3% acima da média, o rendimento por hora dos trabalhadores por aplicativo na Bahia ficava 2,4% abaixo do recebido pelos profissionais do setor privado em geral: R$ 9,6/hora frente a uma média geral de R$ 9,9/hora.
* Por Matheus Simoni. Foto:Rovena Rosa/ Agência Brasil
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