20 Feb 2024
'Perna Bamba': Empresário adota cadela vira-lata resgatada no Carnaval de Salvador
O encontro aconteceu por volta das 2h, na altura do Ondina Apart Hotel. Leôncio conta que a cachorra estava escondida no isopor de um ambulante. “Eu a encontrei muito agitada e ofegante e fiquei muito preocupado em como ficaria a vida dela se eu não desse um apoio. Eu ofereci um copo de água e fiquei acariciando-a para ganhar a sua confiança”.
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Após conquistar a confiança de ‘Perna Bamba’, ele pegou a cachorra nos braços e levou para sua residência, no Costa Azul. “Todo mundo ia abrindo o caminho até o fim do circuito. Quando eu cheguei nas filas de táxi, tive algumas rejeições, mas consegui pegar um carro de aplicativo e fui para casa”, explicou.
Ela chegou no novo lar bastante receosa. Leôncio afirma que a adaptação está sendo feita de forma gradual. “Fomos oferecendo comida, já que ela estava com muita fome. No dia seguinte, ela ficou o dia todo comendo. Ela ainda não consegue sair da caminha, se sente mais à vontade quando a levo para a rua”.
Após o resgate, Perna Bamba foi levada ao veterinário onde fez exames. A vira-lata tem cerca de um ano e pesa 12kg. “Ela não consegue latir, é muito tranquila e amorosa. Eu a levo para a rua e quando retorno ela vai para o canto dela”, disse Leôncio.
Após o resgate, ele postou vídeos da sua nova amiga nas suas redes sociais. Os amigos viram e sugeriram que ele criasse uma conta no Instagram para a cachorrinha. Ele seguiu a ideia e na noite de sábado (17) abriu um perfil na rede, onde posta a rotina de Perna Bamba. Em 48 horas, a conta passou de 300 seguidores.
“Eu acho que através dessa ação, podemos motivar outras pessoas a terem sensibilidades com todos os tipos de vidas possíveis. O pessoal gosta bastante. Hoje, as pessoas passam na rua e falam com ela”, contou.
A ideia do nome “Perna Bamba” foi inspirada na parceria entre a banda Parangolé e Léo Santana. “Eu sempre gostei dos artistas e quando eu pensei no nome, a música me veio à mente. Tony Salles comentou em uma postagem no Instagram dizendo que queria muito conhecê-la e a banda Parangolé também parabenizou a ação”, disse.
Além de Perna Bamba, ele tem outros cinco cachorros, também resgatados da rua e mais três gatos. Eles ficam em um sítio na sua cidade-natal, Heliópolis, no nordeste do estado. “Eles estão lá porque tem mais espaço para eles brincarem. Minha irmã cuida deles e eu vou acompanhando no dia a dia. Ela vai ficar comigo aqui em Salvador”, afirmou.
Durante a semana do Carnaval, ele viu mais dois cachorros perdidos pelo circuito. Ele tentou se aproximar, mas eles estavam agitados e saíram correndo. Ele conta que pensa em abrir uma ONG. “Não dá para ficar parado. Se eu encontrar 10 cachorros, eu vou precisar fazer alguma coisa por eles. Todos os animais precisam ser vistos, são vidas. Se cada um fizer sua parte, o mundo seria outro”.
Procurada, a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (SECIS) afirmou que não é possível saber a quantidade exata de animais que estão nas ruas da capital. A secretaria informou que realiza ações durante o ano, como campanhas contra o abandono, o enfrentamento de crimes contra os animais domésticos, além de castrações para o controle populacional. Denúncias podem ser feitas ao canal da Ouvidoria Geral do Município, através do número 156.
“É importante medidas nessas festas populares para proteger a causa animal. Você ver um anjo que não consegue pedir ajuda em meio aquela multidão é muito preocupante”, finalizou Leôncio.
* Publicado por N.R. Texto por Gilberto Barbosa, do Jornal Correio*. Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro. Foto: Marina Silva/CORREIO.
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