29 Aug 2023
Pedido de recuperação judicial da 123 Milhas tem causa estimada em R$ 2,30 bilhões

O valor da causa foi estimado em R$ 2,30 bilhões. De acordo com a companhia, o pedido de recuperação judicial é para cumprir as obrigações decorrentes do cancelamento das viagens do programa promo123 de forma organizada. A modalidade foi bastante utilizada e divulgada no mercado, onde a empresa anunciava viagens com datas flexíveis.
A 123 Milhas solicita que, pelos próximos 180 dias, seja realizada a suspensão imediata de todas as execuções direcionadas contra o patrimônio das empresas do grupo e a imediata suspensão das medidas extrajudiciais adotadas pelos órgãos de defesa do consumidor. Levando em conta somente o estado de Minas Gerais, onde o pedido foi ajuizado, já são mais de 1,3 mil ações judiciais de clientes e credores contra a empresa (quatro processos por hora).
Cenário negativo
O cenário negativo do mercado foi um dos fatores levantados pela empresa no pedido de recuperação judicial. A 123 Milhas aponta aumento nos preços das passagens, com aumento significativo da demanda, além de alta nos preços dos combustíveis, como agravantes para impedir que produtos fossem adquiridos nos termos contratados. A companhia também cita um aumento da taxa de juros para antecipação de recebíveis de 0,3% ao mês no início de 2021 para 1,5% no início do ano.
“A 123milhas ressalta que permanece fornecendo dados, informações e esclarecimentos às autoridades competentes sempre que solicitados. A empresa e seus gestores se disponibilizam, em linha com seus compromissos com a transparência e a ética, a construir conjuntamente medidas que possibilitem pagar seus débitos, recompor sua receita e, assim, continuar a contribuir com o setor turístico brasileiro”, afirma a 123 Milhas.
Conhecimento de causa
Para conduzir o processo envolvendo o pedido de recuperação judicial, a 123 Milhas contratou um pool de advogados, composto pelos escritórios Thomas Bastos, Waisberg Kurzweil Advogados e Bernardo Bicalho Advogados. O primeiro, inclusive, conta com Joel Luis Thomaz Bastos e Bruno Kurzweil de Oliveira, juristas que atuaram no processo envolvendo a recuperação judicial de duas famosas empresas: a Parmalat (2006) e a Daslu (2018). A segunda banca tem como sócio Bernardo Bicalho, que é administrador judicial na recuperação judicial da Samarco e da Mineradora MMX, empresa do grupo de Eike Batista.
Por Matheus Simoni // Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Leia mais notícias na aba Notas. Acompanhe o Alô Alô Bahia no TikTok. Siga o Alô Alô Bahia no Google News e receba alertas de seus assuntos favoritos. Siga o Insta @sitealoalobahia, o Twitter @AloAlo_Bahia e o Threads @sitealoalobahia.