Para Eduardo

Muito já se fala sobre a perda de Eduardo Campos e seu significado trágico para gerações de jovens brasileiros. É fato que todo mundo que ouviu falar dele vai se lembrar onde estava nesse 13 de agosto aziago do ano de 2014. Mas há um ponto que nos parece mais e mais dolorido. Vendo seus filhos com tantas ganas de se propagar o ideário de seu ilustre pai, não consigo deixar de lembrar de umas coisas de Lord Byron. Quando a flor da vida é colhida tão precocemente, como no caso de Eduardo, o tempo até consegue formar uma cicatriz sobre uma ferida que nos parece tão doída e tão, tão profunda. Mas, ao longo da nossa existência, uma lembrança, uma simples memória, uma associação de coisas comuns, qualquer coisa que nos traz vivo o frescor da juventude, a força e a beleza de ter tantas crenças e tanta vontade, rompe aquele casca fina da cicatriz e a ferida reabre vermelha e sangra, como se tivesse sido aberta ontem. Eduardo morreu muito jovem. Foi promessa que nunca mais sairá de nossos corações, como o azul imenso de seus olhos. 
Vai sangrar para sempre.

Foto: Reprodução. 

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