31 Aug 2020
Onde investir em renda fixa com a Selic mais baixa da história?

Investir é algo que não deve estar associado apenas à rentabilidade. Para investir bem é preciso considerar outros elementos essenciais: a rentabilidade, mas também a segurança e a liquidez.
São eles que formam o chamado tripé de investimentos, responsável por gerar resultados para os investidores mais experientes e bem-sucedidos.
A questão é que o investidor mais conservador tem encarado dificuldades nos últimos tempos na busca por maior rentabilidade.
A explicação está na queda constante da taxa Selic, que funciona como referencial para a economia nacional.
Como resultado, ativos mais tradicionais de renda fixa não têm apresentado retornos tão interessantes. É por isso que vale a pena considerar alternativas mais lucrativas.
Como funciona a renda fixa
Títulos de renda fixa são aqueles que o investidor sabe como renderão no futuro, ou seja, são atrelados a algum índice, como a taxa Selic.Se esse índice tiver uma grande valorização, a rentabilidade será maior, mas se isso não ocorrer, a rentabilidade não será tão atrativa.
É o que tem acontecido nos últimos meses e, especialmente agora, com a Selic reduzida a 2% pelo Copom (Comitê de Política Monetária).
Dessa forma, investimentos como o Tesouro Selic, CDB’s atrelados à Selic e a Poupança, embora ainda sejam interessantes para objetivos diferentes da rentabilidade, têm oferecido menor retorno financeiro em longo prazo.
As alternativas
Em um cenário como esse é interessante considerar outras opções de investimento. Isso não quer dizer que o investidor deva abrir mão das suas aplicações atreladas à Taxa Selic.É válido lembrar que objetivos como a formação de reserva de emergência, por exemplo, não dependem tanto de boa rentabilidade quanto de liquidez e segurança.
Assim, é preciso que o investidor tenha prudência na hora de avaliar a composição da sua carteira de investimentos.
O ideal é investir em ativos diferentes, de acordo com cada objetivo, já que é possível ter uma parte do dinheiro alocada em uma opção mais segura e outra em algo mais rentável ou mais líquido.
A estratégia é sempre se cercar de todos os benefícios que o mercado oferece.
Debêntures
A isenção no Imposto de Renda é um atrativo para migrar dos títulos atrelados à Selic para as debêntures, que nada mais são do que títulos de crédito que as empresas podem emitir para arrecadar fundos.Por se tratar de um tipo de solução que apresenta prazo e mecanismo de remuneração definidos no ato da sua compra, as debêntures se caracterizam como de renda fixa, ao contrário das ações, que são de renda variável.
Além disso, debêntures negociam papéis de dívida, enquanto ações são frações do capital empresarial que são colocados em oferta.
As debêntures são alternativas para os títulos mais tradicionais de renda fixa porque envolvem o risco de crédito das empresas. Isso faz com que o retorno seja maior do que o de outras soluções.
Este tipo de investimento ainda abre o mercado para uma série de possibilidades entre setores, portes e objetivos empresariais, oferecendo maiores oportunidades ainda dentro da renda fixa.
CRI e CRA
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) são opções interessantes para o mercado atual de renda fixa.São emitidos por empresas que, assim como acontece nas debêntures, fazem esse tipo de operação para financiar projetos e arrecadar recursos pensando no capital de giro.
Entretanto, CRI e CRA se concentram em setores específicos - no caso, de imóveis e do agronegócio, respectivamente -, e geralmente pagam mais do que as soluções bancárias, em virtude do risco envolvido neste tipo de negociação.
O interessante é que CRI e CRA podem ser de natureza prefixada ou pós-fixada, ou seja, ter a taxa de remuneração previamente definida no ato da compra do título ou então ter as regras definidas no ato da aquisição, mas com o rendimento atrelado a um índice escolhido.
Tesouro IPCA+
Uma alternativa interessante é a opção do Tesouro Direto atrelada ao IPCA - índice que mede a inflação no país.O Tesouro IPCA+ tem chamado a atenção nos últimos meses porque, na prática, protege o valor do dinheiro do investidor por ter natureza híbrida. Ou seja, parte dele segue um indicador, no caso, o IPCA, e a outra rende de maneira prefixada.
Assim, ao investir neste ativo, o rendimento é sempre igual à inflação do período acrescido a uma porcentagem.
Isso faz com que o investidor tenha a tranquilidade de saber que estará sempre ganhando a mais em relação à variação da moeda em longo prazo, com a segurança de fazer um investimento garantido pelo Tesouro Nacional.
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