21 Jul 2023
Onda de calor na Europa altera comportamento no Turismo; entenda

Por lá, países como a Itália emitiram alerta vermelho para a população. No país, 23 das 27 maiores cidades já estão com o alerta, com a capital Roma, lotada de turistas, com os termômetros atingindo perto dos 42°C. Na Sicília, algumas localidades chegaram a registrar 46,3°C. Por conta disso, o governo italiano chegou a reativar o telefone de emergência utilizado durante a pandemia de Covid-19, para dar apoio à população.
O principal aeroporto de Roma atingiu pelo menos 40°C graus na última terça-feira (18), estabelecendo um recorde para julho e se aproximando do recorde histórico de 40,6 ºC, em agosto de 1981. Outra estação na área metropolitana da capital italiana atingiu escaldantes 42,9ºC, um recorde para a cidade. No país, a demanda de energia - com a utilização em massa de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado - causou até mesmo quedas esporádicas de energia.
A Grécia também tem sido fortemente atingida, como em anos anteriores. Em Atenas, atrações turísticas como a Acrópole chegaram a ser fechadas em horários de pico de calor e foram registrados incêndios nos arredores, que destruíram casas e forçaram a saída de moradores locais.
Além de um grave problema de saúde pública, colocando principalmente idosos, bebês e grávidas em risco, as ondas de calor corroem a economia, em plena alta temporada turística. No Verão de 2022, por exemplo, com mais de 61 mil pessoas morrendo em função das condições ligadas ao calor excessivo, entre junho e novembro, houve uma queda de 10% no interesse dos próprios europeus por viagens ao Mediterrâneo.
Os episódios de calor extremo ameaçam destinos turísticos em todo o continente. No último Índice de Perceção do Clima, visitantes da Grécia, Espanha e França expressaram sua insatisfação com o calor, que superou todas as expectativas.
Segundo Miguel Mirones, Presidente do Instituto Espanhol de Qualidade Turística, as pessoas têm esperado até o último minuto para decidir seus destinos de férias, optando por regiões onde vai chover ou entendendo como se adaptar às temperaturas extremas em alguns locais.
Com isso, há uma mudança de comportamento, com Reino Unido, República Tcheca, Dinamarca, Irlanda e Bulgária, por exemplo, virando destinos inesperados de Verão. "As pessoas dizem que além de desfrutar do destino, vêm para dormir e querem encontrar um lugar com aquelas noites frescas do norte", realça Mirones à Euronews.
A Espanha já sente na pele as mudanças e busca adaptações na sua oferta turística, com base no cenário atual. "É uma mudança nas alternativas oferecidas pelo estabelecimento, em termos de organização de atividades em momentos em que os clientes não estão sujeitos a temperaturas extremas", explica Mirones, para quem só a qualidade e a sustentabilidade dos destinos salvarão esses turistas que hoje desfrutam daquele que pode ser o verão mais fresco que ainda se pode viver.
* Por José Mion, com informações da Euronews e The Washington Post. Fotos: Reuters/Reprodução e Stelios Misinas/Reuters.
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