O Brasil que eu não quero

Com o incêndio, domingo passado, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, voltou ao destaque a lastimável situação dos museus e patrimônios do Brasil que não recebem o cuidado mínimo para as suas preservações.  Em Salvador, por exemplo, o descaso se faz presente no convento de São Francisco, onde os painéis de azulejos do século VXIII estão em situação de abandono. 
 
Os painéis foram pintados à mão, em Portugal, e montados aqui, como um quebra-cabeça. Até hoje, só passaram por uma grande restauração – há 17 anos, com ajuda de uma fundação portuguesa. 
 
Há cerca de três meses, o IPAC promoveu uma intervenção em caráter emergencial. “Quando estava o momento mais crítico, nós levamos nossa equipe de restauradores e eles fizeram uma proteção superficial, que garante a preservação desse histórico elemento pelo menos por mais dois ou três anos até ter uma intervenção mais importante e contundente”, nos disse ontem, em entrevista exclusiva, o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. 
 
Entretanto, João Baleeiro Neto, presidente da Ordem Terceira de São Francisco, que comanda o convento, afirma que a causa do problema é a umidade nas paredes, que não foi eliminada, e que vem causando a degradação dos painéis. Também evidencia que faltou dinheiro para manutenção das obras e pede agora ajuda financeira para uma reforma maior, que acabe também com as infiltrações. Pedir ajuda vale, mas é bom se mexer também. Procurar proponentes e fazer projetos para captar recursos via Lei Rouanet. Para patrimônio histórico a lei não exige contrapartida. É 100% de financiamento. Olho vivo, que cavalo não desce escada. E quando sobe escorrega. 
 
Foto: Marina Silva. Siga o insta @sitealoalobahia.

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