Mulheres na música: só 6% estão entre 100 autores com maior rendimento de direitos autorais

redacao@aloalobahia.com

O relatório anual 'Mulheres na Música', do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), revelou que, apesar do aumento na participação feminina, só 6% das mulheres estão entre os 100 autores com maior rendimento em direitos autorais no país. Em 2019, elas tinham participação de 3% e, no ano passado, chegaram a 6%, um avanço discreto em cinco anos, reconhece a entidade.

Apesar disso, um dos destaques foi o aumento na quantidade de mulheres contempladas com valores em direitos autorais de música em 2023, em comparação com 2022. O número passou de 25 mil mulheres beneficiadas em 2022 para 29 mil mulheres em 2023.

Outro destaque foi a maior presença de compositoras na autoria das músicas mais tocadas no Brasil em 2023, em comparação com o ranking de 2022. Das 20 músicas mais tocadas em shows no ano passado, 5 delas possuem mulheres em sua autoria, o que representa 25% das canções do ranking. Em 2022, elas estiveram presentes na autoria de três músicas.

Mesmo com as plataformas de streaming, rádios, TVs e shows foram responsáveis por mais da metade dos valores destinados às mulheres em 2023. Apesar de o Brasil contar com grandes intérpretes femininas em eventos sazonais, como carnaval e festa junina, eles não apresentam grande relevância no rendimento das mulheres, somando apenas 2% de todos os valores que as mulheres receberam em 2023, revela o estudo.

Esta é a quarta edição do relatório produzido pelo Ecad. O estudo foi baseado no banco de dados da gestão coletiva da música, que atende as categorias de autores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos, os chamados de titulares de música. 

O relatório levou em consideração os titulares pessoas físicas filiados em uma das sete associações de música que administram o Ecad. Como a informação sobre gênero não é obrigatória nos cadastros feitos pelos titulares ou seus representantes nas associações de música, o Ecad utilizou inteligência de dados para cruzar os nomes de titulares com uma lista de nomes do IBGE com mapeamento de gênero por estatística nos casos em que não havia informação sobre o gênero do titular.

A gestão coletiva da música no Brasil é formada pelo Ecad e sete associações (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC), que o administram. No Brasil, os titulares de música devem se cadastrar nas associações e terão seus rendimentos em direitos autorais disponibilizados por elas quando possuírem valores a receber.

Publicado por Hilza Cordeiro. Fotos: Elias Dantas/Alô Alô Bahia e Getty Images

Leia mais notícias na aba Notas. Acompanhe o Alô Alô Bahia no TikTok. Siga o Alô Alô Bahia no Google News e receba alertas de seus assuntos favoritos. Siga o Insta @sitealoalobahia, o X (antigo Twitter) @AloAlo_Bahia e o Threads @sitealoalobahia.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias