Mr. Ripley, o talentoso

O filme é um clássico. Mistura suspense e crimes. A refilmagem mais recente é encantadora, estrelada por Gwyneth Paltrow, Jude Law e o fantástico Matt Damon. Ripley é um psicopata que rouba a vida (maravilhosa) de Greenleaf,  lindo e jovem milionário. Mentiras em cima de mentiras, ditas com tão grande naturalidade que as pessoas vão se envolvendo, mesmo quando não creem totalmente nelas. O jogo de enganos e sortilégios leva a mortes, até que Mr. Ripley trai a si mesmo e alguém sensato o põe a correr. Ficção. Não totalmente.  Às vezes um personagem aparece em nossas vidas vindo do nada. Acha uma janela e por ela pula habilmente nos melhores salões da sociedade. Com talento e uma inesgotável capacidade de parecer conveniente e disponível, a triste figura se traveste em belo, sedutor, envolvente e agradável. É oportuno; é prestativo; é solícito mesmo. A vida dele prospera; mas nunca é o suficiente. Ele quer mais. Como o escorpião da fábula com a rã, a sua natureza perversa fala mais alto; esse é seu erro. Pouco se sabe sobre ele até o minuto em que ele surge, sorridente, na sua existência. E como não tem passado não se preocupa com o futuro. Logo a agridoce criatura trama, abusa, trai, trapaceia, ludibria e passa a perna nos incautos. As vítimas silenciam. Temem o juízo dos amigos que podem tomá-las por tolas. Temem que só tenha acontecido consigo, pois não se imagina que gente tão sábia possa ser enrolada pelo tratante. Sente culpa e tem até dó do abusador. Porém o abusado é vítima, nunca o culpado. Esse tipo de escorpião é ruim por natureza: nada muda ele, nada o detém. Exceto a verdade. Pelo menos esse, do qual falamos, não vai mais prosperar.
 
Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia. 

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