Morre a jornalista Maria das Graças Palacios, que ajudou a resgatar memória do Pelourinho

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Professora aposentada do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a jornalista Maria das Graças Lima de Souza Palacios, de 73 anos, faleceu na madrugada desta segunda-feira (2), no Hospital da Cidade, em Salvador. 

Também socióloga, ela desenvolveu trabalhos acadêmicos nas áreas da Sociologia Urbana e História da Educação e, como pesquisadora, contribuiu para o resgate da memória do Pelourinho e de seus habitantes antes da reforma do conjunto arquitetônico, em 1992. Seu mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também teve como tema a reforma do Pelourinho.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) divulgou nota sobre a perda. “Neste momento de dor, o Sinjorba manifesta solidariedade à família e amigos da jornalista e pesquisadora”, diz trecho do comunicado, que ainda traz um breve perfil da profissional, nascida em Salvador em 19 de junho de 1950.

O velório está marcado para esta terça-feira (3), das 14h às 16h30, na sala 06, do Cemitério Bosque da Paz.

Maria das Graças Palacios iniciou sua carreira profissional no Jornal da Bahia, veículo em que atuou de 1969 a 1972, até deixar o país e se exilar na Inglaterra, por dez anos.

Completou a graduação em Sociologia pela University of Liverpool (Ingraterra), em 1979, quando já trabalhava a temática da desigualdade social no meio urbano. Foi professora na Universidade do Amazonas (Unama), em Belém (PA) e na Uneb, onde se aposentou. Também foi Consultora da Austrian Association for Development e Co-Operation e desenvolveu um projeto sobre História da Educação na Bahia.

Maria das Graças Palacios deixa uma filha, a também jornalista Milena Palacios, e uma neta. Milena publicou nas redes sociais um texto de homenagem à sua mãe. Leia um trecho abaixo:

“Sou quem sou graças à minha mãe, seu coração grande e sua mesa farta.

Minha mãe foi uma das pessoas mais sociáveis que conheci. E a partir desse hábito, fui presenteada com muitos aprendizados. Sobre generosidade, sobre despreendimento, sobre viver o agora.

E seus convidados, assim como suas conversas compartilhadas, me engrandeceram intelectual, fraternal e ludicamente.

Aprendi sobre gastronomia, arte, sociologia, enología, musica e herbologia, mas principalmente sobre o amor.

Conversas ricas e intelectualizadas apenas permeavam a grandiosidade do compartilhar, do dividir: a mesa e a informação.

Nas últimas semanas recebi textos e mensagens de toda parte do mundo. De amigos da década de 70, da militância, do exílio na Inglaterra, assim como amigos meus, mais jovens, e todos consagram da mesma sensação: de que minha mãe foi um marco na vida de todos eles. Sua casa, seus livros, suas obras de arte, sua razão, impactaram em quem somos. E esse é o legado que ela deixa.

Obrigada, mãe.”


Publicado por J.G. / Fotos: Divulgação. 

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