Modo de vida: Conheça o edifício onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram no Rio de Janeiro

Foram muitas as moradas de Jorge Amado e Zélia Gattai ao longo da vida em comum, inclusive fora do Brasil. A mais famosa, sem dúvida, é a casa de número 33, da Rua Alagoinhas, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, transformada em memorial e tema de um livro assinado por ela.
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Talvez o que pouca gente saiba é que o casal de escritores teve também como lar um apartamento em um prédio próximo do icônico Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, a poucos metros da praia.  Em 1952, depois de alguns anos exilado na Europa, com os dois filhos do casamento com Zélia - Paloma e João Jorge, ainda pequenos –, Jorge Amado regressou ao Rio de Janeiro, cidade onde cursou Direito na década de 1930.
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Dessa vez voltou com a família para viver no charmoso edifício Sumaré, localizado na Rua Rodolfo Dantas, n° 16, em Copacabana.  “Nasci no exílio, em Praga, Tchecoslovaquia. Voltamos para o Brasil diretamente para a Rodolfo Dantas, onde meus avós Lalu e João Amado já moravam. Eu tinha 10 meses”, relembra Paloma, em entrevista ao Alô Alô Bahia.
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No apartamento 704 receberam amigos, viram as crianças crescerem e se dedicaram à escrita. Uma placa em uma de suas laterais atesta que ali viveram os ilustres moradores. O marco foi colocado em 10 agosto de 2012, data do centenário de nascimento do escritor baiano, e traz a seguinte frase: “Aqui criaram seus filhos, escreveram livros, conviveram com a boa vizinhança e foram felizes”. “Ele foi nossa casa no Rio até a morte de mamãe [em 2008], mas nos mudamos para Salvador quando eu tinha 12 anos”, conta Paloma.
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Uma curiosidade é que Jorge Amado adquiriu mais uma unidade no edifício Sumaré. “Papai comprou o 804 algum tempo depois que voltou para o Rio. Fizeram uma reforma no 704, ligaram os dois apartamentos por uma escada no quarto de meus pais. Meus avós passaram a morar no 804 e nós, João e eu, com eles. Quando casei, meu pai me deu o 804 de presente, tiramos a escada e separamos os dois. Quando mudei para Paris, o vendi”, recorda Paloma.
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“Tenho muitas saudades, sobretudo porque meu avô, João Amado, morreu logo antes da mudança para a Bahia. Eu o adorava, morei toda a minha infância com ele no Rio”, revela Paloma. “No edifício Sumaré éramos muitas crianças, somos amigos até hoje: Renato, Ana Lucia, Yete. Fazíamos teatrinho na churrascaria embaixo do prédio. “Foi o segundo melhor período da minha vida. O melhor foi a adolescência na Bahia, na nossa casa da Rua Alagoinhas, onde vivi até me casar e voltar para o 804”.
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O Sumaré data da década de 1940 e tem 12 andares, nos quais se distribuem 44 apartamentos com metragens que iniciam em cerca de 130 m2. Logo na entrada chamam a atenção o hall arredondado, as paredes de mármore, a passadeira vermelha que conduz aos elevadores de portas pantográficas e os móveis da época de sua inauguração.
Fotos: @riocasaseprediosantigos. 

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