11 Dec 2023
Transporte na França durante a Paris-2024 vira caso de insatisfação para parisienses: 'contradição'

Paris espera receber quase 10 milhões de pessoas ao longo da programação esportiva, cuja primeira etapa vai de 26 de julho a 11 de agosto. Circular pela cidade em si já será um desafio logístico, mas, agora, parece que também econômico.
O preço da viagem de metrô, por exemplo, deverá saltar de 2,10 euros (R$ 11) para quatro euros (R$ 21). Um pacote de dez passagens passará de 16,90 euros (R$ 90) para 32 euros (R$ 171). Isso, no período de 20 de julho a 8 de setembro, quando termina a Paralimpíada, iniciada em 28 de agosto.
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"Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, 100% dos espectadores poderão acessar todos os eventos esportivos por transporte público", celebrou Laurent Probst, CEO da Île-de France Mobilités, que supervisiona o transporte na região de Paris. Para atender à demanda, ele garante que o sistema vai oferecer 15% mais viagens de metrô e trens suburbanos, custando à agência mais de 200 milhões de euros (R$ 1.058 bilhão).
O aumento nas tarifas, segundo as autoridades, é um esforço para recuperar esse investimento e vai de encontro à proposta inicial, abandonada pelo Comitê Olímpico e Esportivo Nacional Francês, de tornar o transporte público gratuito para quem tiver ingressos para os eventos olímpicos.
O presidente da região administrativa que inclui Paris, Valérie Pécresse, buscou tranquilizar a população local, informando que os moradores da capital francesa e seus subúrbios poderão evitar as tarifas mais altas comprando os passses mensal ou anual, que não serão afetados pelo aumento. Outra sugestão foi estocar tíquetes até o dia da abertura dos jogos.
O jornal Le Monde, através de um colunista, descreveu a medida como "uma fraude", chamando de "mais um golpe nas carteiras das pessoas", e uma contradição, já que os Jogos seriam "acessíveis" "para o povo". "Metrôs e ônibus reservados para os mais ricos?", questionou David Belliard, secretário de transportes de Paris, em uma publicação no X, reforçando a insatistafação da população que, como qualquer turista, terá de pagar as novas tarifas.
* Por José Mion, com informações do The New York Times. Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters.
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