Mitologia da Rainha: Iemanjá afoga seus amantes no mar

O sociólogo Reginaldo Prandi narra no livro 'Mitologia dos Orixás' a história oral relacionada a vários orixás, incluindo aquela que é celebrada neste 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Num dos trechos da obra, a beleza de Iemanjá é exaltada, assim como seus encantos que podem ser mortais para os pescadores. Leia a passagem:

"Iemanjá é dona de rara beleza e, como tal, mulher caprichosa e de apetites extravagantes.

Certa vez saiu de sua morada nas profundezas do mar e veio à terra em busca do prazer da carne. Encontrou um pescador jovem e bonito e o levou para seu líquido leito de amor.

Seus corpos conheceram todas as delícias do encontro, mas o pescador era apenas um humano e morreu afogado nos braços da amante.

Quando amanheceu, Iemanjá devolveu o corpo à praia. E assim acontece sempre, toda noite, quando Iemanjá Conlá se encanta com pescadores que saem em seus barcos e jangadas para trabalhar.

Ela leva o escolhido para o fundo do mar e se deixa possuir e depois o traz de novo, sem vida, para a areia.

As noivas e as esposas correm cedo para a praia esperando pela volta de seus homens que foram para o mar, implorando a Iemanjá que os deixe voltar vivos.

Elas levam para o mar muitos presentes, flores, espelhos, perfumes, para que Iemanjá mande sempre muitos peixes e deixe viver os pescadores.

Elas levam para o mar muitos presentes, flores, espelhos e perfumes, para que Iemanjá mande sempre muitos peixes e deixe viver os pescadores."


Foto: Rafael Martins/GOVBA. Siga a gente no Instagram @sitealoalobahia e no Twitter @aloalo_bahia.

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