Mercado global de arte cresce US$ 67,8 bilhões em 2022 e supera níveis pré-pandemia, aponta relatório

A Art Basel, que realiza as principais mostras de arte moderna e contemporânea do mundo, em Basel, Miami, Hong Kong e Paris, e o UBS Global Art Market Report publicaram uma análise macroeconômica abrangente do mercado global de arte em 2022. Em sua sétima edição, o Art Market analisou de perto como os efeitos prolongados da pandemia continuaram a afetar o segmento e trouxe as perspectivas para o próximo ano.

Escrito pela economista cultural Clare McAndrew, fundadora da Arts Economics, e publicado pela Art Basel e UBS, o documento aponta um aumento contínuo das vendas globais de arte, registrando um crescimento de 3% em 2022, em relação ao ano anterior, gerando um valor estimado de US$ 67,8 bilhões, levando o mercado a um nível superior ao pré-pandêmico em 2019.

“O mercado global de arte continuou a crescer em 2022, superando os níveis pré-pandêmicos. Isso foi amplamente catalisado pelo retorno do ciclo de eventos de feiras de arte, inaugurações de galerias e leilões, bem como ganhos no extremo mais alto do espectro de valor”, destaca Noah Horowitz, CEO da Art Basel.

No entanto, o desempenho variado por setor, região e segmentos de preço teve um crescimento geral mais moderado em comparação com 2021. Os EUA mantiveram sua posição de liderança no mercado global de arte, com sua participação nas vendas em valor aumentando 2% em relação ao ano anterior, para 45%.

O Reino Unido ultrapassou a China para voltar ao segundo lugar com 18% das vendas, enquanto a participação da China caiu 3% para 17%. A França manteve sua posição como o quarto maior mercado global sem nenhum ajuste em sua participação global de 7%.

As vendas dos comércios atingiram um valor estimado de $ 37,2 bilhões em 2022, um aumento de 7% em relação ao ano anterior, restaurando o valor do mercado antes da pandemia em 2019. Já os negócios feitos em leilões geraram uma movimentação mais moderada.

As vendas totais realizadas pelas casas de leilões, incluindo as públicas e privadas, foram estimadas em US$ 30,6 bilhões, uma queda de 2% em relação ao ano anterior (US$ 31,2 bilhões em 2021), mas ainda 11% acima do pré-pandemia de 2019. Os EUA, a China e o Reino Unido continuaram sendo os mercados dominantes.

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Uma das formas de venda de arte que mais se popularizou, o mercado de NFTs sofreu uma forte queda depois do auge em 2021, quando gerou negócios de quase US$ 2,9 bilhões. Em 2002, regrediu quase 50%. As vendas online também caíram à medida que o mercado retomou sua programação mais regular em 2022 com eventos presenciais, após dois anos de crescimento sem precedentes. O baque foi de 17% em relação ao pico de US$ 13,3 bilhões em 2021, embora ainda tenha chegado a 85% acima de 2019.

Mesmo assim, apenas as vendas online representaram 16% do faturamento do mercado de arte em 2022, abaixo do pico de 25% em 2020.

As feiras resistiram com força em 2022, com retomada das viagens de colecionadores e galerias expondo no mesmo número de eventos que tiveram em 2019, na média. As vendas presenciais aumentaram significativamente de 27% em 2021 para 35% em 2022, embora ainda abaixo dos níveis pré-pandêmicos de 42% em 2019.

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Perspectivas

De acordo com o relatório, 2023 também será um ano de ótimas vendas para o setor de arte, mas para tal exigirá dedicação de quem atua no setor. “Manter relacionamentos com colecionadores existentes, participar de feiras de arte e vendas online continuam sendo as principais prioridades nos próximos cinco anos. Ampliar o alcance geográfico de sua base de clientes será uma necessidade futura”, aponta.

“Embora as resistências aceleradas e sociopolíticas em andamento e o aumento das regulamentações sobre o comércio internacional representem desafios para o setor de arte, e apesar do fato de que a forma geral da recuperação do mercado tenha sido desigual após a pandemia do COVID-19, o relatório deste ano mais uma vez destaca o dinamismo que continua a sustentar a indústria, bem como a demanda resiliente por arte em uma base global”, analisa Horowitz.

O Art Market pode ser acessado na íntegra aqui.

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