Matéria de Maju no Fantástico exalta 50 anos do Ilê Aiyê: 'a negra sinfonia regida pela ancestralidade'

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O domingo (11) de Carnaval, para quem ficou em casa, foi de passeio pelo bairro da Liberdade, em Salvador, onde, há 50 anos surgia o Ilê Aiyê. Em matéria especial para o Fantástico, Maju Coutinho sentiu na pele como é ser uma "Deusa do Ébano", enquanto contou a história do primeiro bloco afro do Brasil, "a negra sinfonia regida pela ancestralidade".

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Com os Panteras Negras, grupo que lutava pelos direitos civis dos negros dos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, como uma das inspirações, o bloco surgiu em plena ditadura militar. Em seu primeiro ano, como uma resposta aos blocos tradicionais onde os negros só apareciam se fosse tocando percussão, o Ilê sofreu resistência, inclusive da imprensa, que o chamou de "Bloco do Racismo".

"As pessoas negras não tinham espaço e nós tivemos a atitude de botar um bloco explicitando tudo. Começamos a fazer o Carnaval sempre com temas negros, falando muito de África", contextualiza Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, presidente do bloco, que, muito mais do que uma resposta política, se entrelaça com o sagrado.
 
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"Não tem como você falar do Ilê e não falar de Mãe Hilda, que é a guardiã da fé e tradição. E que é a nossa mãe, né?", diz Mãe Hildelice dos Santos, ialorixá do Ilê Axé Jitolú, terreiro de candomblé da nação Jeje, fundado por Mãe Hilda, mãe biológica de Hildelice e de Vovô. Foi na casa religiosa que o bloco nasceu, com apoio de sua fundadora, que se tornou mentora espiritual do bloco.

A casa religiosa, hoje comandada pela filha biológica de Mãe Hilda, Mãe Hildelice, pela primeira vez, recebeu uma equipe de televisão durante o Xirê, dança em louvor aos voduns, divindades cultuadas na nação Jeje.
 
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A repórter e apresentadora foi vestida de Deusa do Ébano, concurso anual que valoriza a beleza da mulher preta, por Dona Dete (foto acima), responsável pelos figurinos do Ilê Aiyê e também irmã de Vovô. "É um tecido que você amarra no corpo e na cabeça. Na cabeça, você vai formar a coroa", explica Dete, sobre os 4 metros de tecido que formam o traje sem nenhuma costura. 

"O vermelho é nosso sangue, o branco é a paz, o preto é a nossa cor, o amarelo é o ouro, é o poder que todos nós queremos", explica Dona Dete sobre o significado das cores da estamparia exclusiva, cores que refletem o futuro do Ilê.

Assista à matéria completa aqui.

* Por José Mion. Fotos: Reprodução/Rede Globo.

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