Lula descarta Alckmin em algum ministério; ministros não devem ser anunciados tão cedo

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Em discurso para políticos aliados em Brasília, nesta quinta-feira (10), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) não será ministro do futuro governo. A declaração foi feita em encontro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona a transição de governo.
 
Ex-governador de São Paulo, Alckmin é o coordenador da equipe e dividiu os trabalhos em grupos, discutindo assuntos relacionados a setores como saúde, desenvolvimento social e economia. "Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente", declarou Lula.
 
No discurso, o próximo presidente questionou o fato de o Brasil ter meta de inflação, mas não ter meta de crescimento, reforçando que o país precisa ver as despesas em áreas como saúde e educação como investimento e não como gasto.
 
Lula também aproveitou para criticar o atual presidente Jair Bolsonaro, que ainda "não reconheceu a derrota". "Seria tão fácil fazer como fez o Alckmin quando disputou comigo, seria tão fácil como fez o Serra quando disputou comigo, seria tão fácil fazer como eu fiz com Fernando Henrique Cardoso quando perdi as eleições. Ele ainda não teve coragem de fazer isso", disse Lula.
 
Lula está em Brasília desde terça-feira (8). Na quarta (9), se reuniu com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
 
Em entrevista coletiva, após os encontros, o petista disse ser "plenamente possível" recuperar a "normalidade" nas relações entre as instituições. Ele reforçou que as visitas foram um recado às instituições de que haverá paz.
 
Com um governo inteiro por formar, Lula tem desviado do anúncio dos nomes que assumirão os ministérios em 2023. O próximo presidente consideraria ainda ser cedo para anunciá-los. Um dos motivos seria a real situação financeira da máquina que receberá de Bolsonaro, que pode complicar a criação de todas as pastas que deseja. “Ministro a gente anuncia quando tem condições de dizer o que vai fazer no governo. Sem saber como está o governo, portanto, não dá para anunciar muita coisa”, disse um aliado à coluna Radar, da Veja.
 
O Ministério da Economia é um dos que geram mais curiosidade, pois receberá pressão instantânea do mercado. Lula tem optado por anunciar "em parcelas" nomes da equipe de transição, com diferentes áreas, pautando o noticiário nacional. É o caso da divulgação de nomes como o do cardiologista Roberto Kalil e Dráuzio Varela para o comando da comissão de especialistas para transição na Saúde. A escolha de figuras reconhecidas na medicina e na academia contrasta com postura anticientífica de Jair Bolsonaro.
 
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