18 Jan 2024
Lojas de Salvador registram falta de ar-condicionado; produto custa até R$ 4,1 mil

Superintendente do IBGE na Bahia, André Urpia aponta que uma das razões para o crescimento do bem-durável é justamente a alta temperatura. Por ser um ano extremamente quente, 2023 registrou apenas quatro meses em que houve diminuição no valor do ar-condicionado. Em comparação ao ano 2022, o IBGE computou seis meses de deflação e o acumulado do ano fechou em 3,2%.
"Nós percebemos um movimento significativo de crescimento a partir de outubro de 2023. Foram três meses de forte aumento trazido justamente por essa onda de calor e a expectativa de venda no mercado. A demanda de consumo desse item foi acima do que as indústrias entregaram para venda, por isso esse aumento de preço", destaca André Urpia.
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Na loja Reis Eletro, na Avenida Sete, o ar-condicionado estava em falta. "Acabou porque está vendendo bastante. Tivemos ar-condicionado de 12 mil BTUs em torno de R$ 2,4 mil e de 9 mil BTUs em torno de R$ 1,7 mil em promoção e acabou que nem água. Vendeu muito rápido", reitera o vendedor do estabelecimento Felipe Barros, de 33 anos.
Já na loja Magazine Luiza do Shopping Piedade, o produto estava saindo apenas por encomenda e com preços de R$ 1,8 mil a R$ 2 mil. Segundo o gerente Lázaro dos Santos, a falta de estoque é um problema que se arrasta desde novembro. "Devido à seca em Manaus, as fábricas pararam de produzir em meados de novembro e agora está em falta. Quase ninguém acha ar-condicionado em lojas e o pouco que tem está muito caro. Nós temos demanda todos os dias de clientes atrás do aparelho, só que eles querem sempre muito rápido e não tem. Só por encomenda mesmo, com entrega de 20 a 25 dias", pontua.
Na casa da professora Jaqueline Oliveira, de 46 anos, o ar-condicionado quebrou há cerca de dois meses. Desde então, ela já fez pesquisa de preço do eletrodoméstico, mas não comprou justamente por conta do prazo grande de entrega. "Pela pesquisa que eu fiz, a média de preço da marca Gree está em torno de R$ 2,8 mil. É um aparelho que custava em torno de R$ 1,3 mil e subiu absurdamente. Encontrar o ar-condicionado também está sendo extremamente difícil. Os pedidos estão levando mais de um mês para chegar pela internet, não está tendo pronta-entrega e no shopping não encontro para comprar", reclama.
Jaqueline conta que chegou a ir em uma loja ao ver uma promoção relâmpago, mas quando chegou o vendedor checou que não havia mais nenhum em estoque. "Está difícil. Continuo pesquisando para ver se consigo alguém que tenha entrega mais rápida", diz.
Nas Mercês, as lojas Casas Bahia até têm o produto no estoque, mas com valores mais elevados. Por lá, o ar-condicionado de 9 mil BTUs sai por R$ 3,6 mil, enquanto o de 12 mil BTUs é vendido por R$ 4,1 mil. "Estamos vendendo muito por conta do momento. Está fazendo muito calor, então as pessoas compram mesmo. Hoje, nós tivemos uma cliente que chegou para comprar ventilador, mas nós ofertamos o ar-condicionado e de imediato ela mudou para ter um conforto e comodidade maiores", relata o gerente Ricardo Ferreira, de 35 anos.
Acostumado com a venda sazonal do produto, o gerente das Lojas Guaibim do Shopping Piedade, Julio César do Carmo, de 41 anos, ressalta que as vendas neste verão estão fora do normal. "Realmente vendemos muito no verão, mas dessa vez começou bem mais cedo. Em novembro, na Black Friday, tivemos um volume altíssimo a ponto de praticamente esgotar o estoque em janeiro. Hoje, só temos três modelos de ar-condicionado Gree, LG e Philco. A procura cresceu mais de 60% de novembro para cá. Em comparação ao ano passado, a procura é de mais de 200%", finaliza.
* Texto de Larissa Almeida publicado por José Mion. Foto: Reprodução/Blog Frigelar.
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