18 Apr 2023
Lírios! Historiador Boris Fausto morre aos 92 anos em São Paulo

Escritor destacado com importantes trabalhos que analisam a formação do Brasil e a conjuntura atual do país, Fausto se formou em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1953. Depois, em 1966, graduou-se em História também pela USP, onde se tornou doutor em 1969. Foi professor no Departamento de Ciência Política da universidade e colunista semanal do jornal 'Folha de São Paulo'. Também integrou a Academia Brasileira de Ciências.
Seu primeiro livro, 'A Revolução de 1930 - historiografia e história', propôs uma interpretação nova a respeito das classes sociais e das forças armadas. O livro saiu depois do AI-5, o que faz uma diferença do ponto de vista da conjuntura. Na época, encaminhou para um editor que achou arriscado publicar. “Ele disse 'olha, do jeito que está o clima, não posso me arriscar a publicar esse livro", contou o historiador, lembrando da ocasião.
Publicada pela primeira vez em 1969, a obra é considerada um clássico das Ciências Sociais brasileiras, na qual, apesar de ser paulista, Fausto contesta as versões que defendem São Paulo durante a Revolução de 1930 e na Revolução Constitucionalista de 1932.
No documentário "Boris Fausto", lançado em 2018, o historiador defendeu que o Brasil tem jeito. “Depende de uma categoria complicada que são os brasileiros… os brasileiros políticos, os brasileiros da elite, os brasileiros do povo, os brasileiros da direita, os brasileiros da esquerda radical. (...) O funcionamento da democracia no Brasil se precarizou muito, mas eu continuo achando que o regime democrático é fundamental”, disse.
Fausto também é autor de livros aclamados como 'O Brilho do Bronze' e 'O Crime do Restaurante Chinês', além de 'História do Brasil', que virou um documentário narrado pelo próprio autor (assista abaixo). Foi ainda organizador de “História Geral da Civilização Brasileira”, em parceria com Sérgio Buarque de Holanda.
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