Liberatum: "Cultura é uma possibilidade de emancipação", diz Margareth Menezes

Matheus Simoni é jornalista, repórter e escreve para o Alô Alô Bahia | @teusimoni

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi homenageada nesta sexta-feira (1), na abertura do Liberatum, em Salvador. Aplaudida de pé no festival, ela falou em um painel para celebrar a cultura e a vida dedicada à arte. Margareth participou da cerimônia de abertura, que contou ainda com a presença de autoridades governamentais. Margareth reforçou o poder e a possibilidade de celebrar a cultura do povo negro na Bahia.

"Eu sempre percebi a força e os ativos que nosso estado tem, aproveitando a potência que nós temos e com a cultura que o nosso povo negro têm", disse a ministro. 

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O prefeito Bruno Reis e o vice-governador Geraldo Júnior falaram sobre o evento e discursaram. Eles comentaram o momento vivido pela cidade e pelo estado na celebração pela diversidade. Também presente no evento, o criador do Liberatum, Pablo Ganguli, foi o primeiro a subir no palco e disse estar completamente feliz por tarzer o festival a Salvador. "O festival não é sobre Viola Davis, não é sobre Majur, não é sobre Angela Basset ou Margareth Menezes. O festival é sobre vocês. É sobre diversidade e sobre criar pontes entre os jovens", afirmou. 

Bruno Reis destacou o calendário de eventos na cidade e a valorização da cultura. "Ao falar de cultura negra, falamos de potência. Nossa negritude é uma de nossas potências. Queremos que o mês de novembro seja conhecido do mundo. Salvador é a capital afro das Américas", disse o prefeito.

Já Geraldo Júnior pontuou a relação entre o estado e o governo federal para dar o real valor à cultura brasileira. "Casa muito com as ações do nosso governo federal, do governo Lula, e que traz um pouco da nossa adversidade. Adversidades sempre presentes, que discutam e motivem as pessoas, falando da ciência, tecnologia e artesanato [...] Trazer de volta a esperança e o poder do nosso povo, resgatar a cultura e nossa identidade. É um evento que vai marcar a história do povo baiano", afirmou.

Arte e cultura para viver

Após a abertura, Margareth participou de um painel com o diretor artístico Gil Alves, moderado pela escritora Camilla Apresentação. Os dois lembraram do início da carreira, quando começaram a ver a cultura como uma forma de viver, mesmo com as dificuldades. "Todos os bailarinos de minha geração reconhecem o que é fazer arte. Não tínhamos iluminadores, tínhamos que fazer tudo. Não tinha nome, mas às vezes não era creditado. Passei por algumas situações que passei a me aceitar, ver as origens, e quando me dei conta, estava no lugar do diretor e não sabia. Conduzia o show do diretor, que era branco, mas não era creditado", afirmou o diretor.

Já Margareth contou como o teatro fez ela desenvolver disciplina para ter dircenimento de como aquilo era importante para seu desenvolvimento. "Para você interpretar uma cena,  executar uma dança, é necessário concentração. Na época isso que aprendi no curso de teatro. A arte exercita a percepção do que você imagina. São ferramentas que podem ser usadas, principalmente em momento de violência, como estamos vivendo", disse a ministra.
 
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Para ela, a cultura é como uma possibilidade de emancipação do que lhe foi negado. "Nem pensava em profissão, naquela época, mas aquilo foi para mim um ponto de encontro. A comunidade ia assistir, minha mãe confeccionava as roupas. Foi uma ferramenta muito potente, me deu visão crítica e me deu uma porta de saída para não aceitar, nao se inibir e não aceitar os muitos naos que a vida nos dá", contou. 


* Foto: Matheus Simoni

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