Laudo inicial aponta que João Alberto morreu por asfixia no Carrefour

Assim como o norte-americano George Floyd, João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, pode ter sido morto por asfixia, conforme indicou o primeiro resultado da necropsia realizada pela perícia em Porto Alegre. O homem, negro, foi espancado por seguranças do hipermercado Carrefour, na noite dessa quinta-feira, 19. As informações são do jornal Correio*.

Após colher os primeiros depoimentos, a delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, recebeu, nesta sexta, os médicos legistas para elucidar as causas da morte.

Durante as agressões, a vítima também foi imobilizada pelos vigias, com o joelho de um deles nas costas. "O maior indicativo da necropsia é de que ele foi morto por asxia, pois ele ficou no chão enquanto os dois seguranças pressionavam e comprimiam o corpo de João Alberto dicultando a respiração dele. Ele não conseguia mais fazer o movimento para respirar", informou.

João Batista Rodrigues Freitas, 65 anos, lamentou nesta sexta-feira, 20, a morte de seu filho, João Alberto Silveira Freitas, 40, espancado e morto no estacionamento do Carrefour Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, bem na véspera do Dia da Consciência Negra. "Nós esperamos por Justiça. As únicas coisas que podemos esperar é por Deus e pela justiça. Não há mais o que fazer. Meu filho não vai mais voltar", disse ao Estadão.

Segundo Freitas, enquanto estava sendo agredido, o filho tentou pedir socorro à mulher, Milena Borges Alves. "Ela me contou que o segurança apertou o meu filho contra o chão, e ele já estava roxo. Fazia sinal com a mão para ela fazer alguma coisa, tirar o cara de cima e um outro segurança empurrou a Milena."

Na entrada do Departamento Médico Legal, ele relatou que estava num culto evangélico quando recebeu a ligação da nora pedindo por ajuda no supermercado. "Foi uma coisa horrível. Espero que ninguém passe por isso. Perder o filho daquela maneira, sendo agredido bruscamente por facínoras. Chamar aquilo de segurança é desmerecer os verdadeiros seguranças. Eu não sei o que levam as pessoas a agir desta forma. Para mim este crime teve um grau de racismo. Não é possível, uma pessoa ter tanta fúria de outra pessoa. Espero que a Justiça seja feita", desabafou.

O sepultamento ocorreu nesta sexta-feira, 20, no Cemitério São João, no IAPI, também na zona norte da capital do Rio Grande do Sul. O Dia da Consciência Negra não é feriado no Rio Grande do Sul.

Negro, João Alberto Freitas foi espancado e morto por dois homens brancos. Um deles é segurança do local, enquanto o outro seria um policial militar temporário que fazia compras no supermercado. Ambos estão presos.

Foto: reprodução. Siga o insta do @sitealoalobahia.

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