22 Mar 2024
Lançado em Salvador, Programa Patrimônio Cidadão ultrapassa R$ 70 milhões em investimentos
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As ações vão desde a conservação, restauro, educação patrimonial, preservação do patrimônio arqueológico até a promoção do patrimônio imaterial. Segundo a ministra Margareth Menezes, o Programa Patrimônio Cidadão traz uma reflexão sensível acerca das comunidades mais marginalizadas e atende as necessidades reais da população.
“Esse plano é uma forma de acolher as pessoas vulnerabilizadas e valorizar o patrimônio histórico do país. A gente fica triste de ver nos centros históricos uma casa corroída pelo tempo, às vezes por descaso, mas em outras, pela falta de condição do proprietário daquele patrimônio de fazer uma reforma, a partir do momento em que o imóvel está tombado. Existem inúmeras questões para mexer no patrimônio tombado e esse plano traz uma sensibilidade que vai, de fato, impactar positivamente a vida das pessoas”, explicou em entrevista ao Alô Alô Bahia.
Para Leandro Grass, presidente do Iphan, ao longo dos últimos anos a falta de investimentos em cultura ampliou as desigualdades sociais, mas o Programa Patrimônio Cidadão com a priorização dos grupos e lugares vulnerabilizados vai mudar esse cenário.
“A gente tem buscado, através desse conjunto de ações, reduzir as desigualdades e nesse momento da história se perpetuar nos próximos anos como uma marca das políticas de patrimônio cultural, priorizando assim grupos, povos, comunidades, territórios, historicamente marginalizados e perseguidos pelo estado brasileiro”, comentou.
Canteiro-Modelo de Conservação
Dentro do Programa Patrimônio Cidadão um projeto vem se destacando: é o Canteiro-Modelo de Conservação. Em 2023, oito cidades brasileiras receberam assistência técnica gratuita para intervenções de conservação em conjuntos tombados de famílias de baixa renda. O investimento foi de mais de R$ 13,5 milhões.
O projeto, em parceria com universidades e institutos federais, também oferece a formação de estudantes para uma atuação socialmente mais responsável.
Somando recursos de R$ 6 milhões, dois Canteiros-Modelo de Conservação na Bahia foram lançados durante o evento. Um será em Igatu e outro em Salvador, e visam a contenção, a recuperação e estabilização das moradas do Forte de São Paulo da Gamboa.
Parcerias
Também foram assinados durante o evento dez Termos de Execução Descentralizada (TEDs) entre o Iphan e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os investimentos somam mais de R$ 10 milhões e alcançarão vários projetos, como de educação patrimonial, de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas e de restauração e de conservação de bens culturais.
De acordo com o Paulo Miguez, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), graças à defesa de gestores públicos que entendem a importância do patrimônio cultural, a capital da Bahia não vai mais perder lugares significativos para a história e cultura do país, como o Mosteiro de São Bento, por exemplo.
O reitor parabenizou, ainda, o trabalho executado pela ministra Margareth Menezes. “Nos encanta saber que depois de um momento, uma gestão que criminalizava as artes e cultura, podemos contar com reconstrução do Ministério da Cultura”, felicitou.
Mais projetos
Também foi assinado um TED entre o Minc, o Iphan, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, para elaboração do Inventário de Referências Culturais (INRC) dos Saberes e Práticas das Águas da Baía do Iguape.
Foto: Divulgação.