Juraci Dórea leva o sertão baiano para a 34ª Bienal de São Paulo

Trinta e quatro anos depois de expor pela primeira vez na Bienal de São Paulo (1987), o artista visual baiano Juraci Dórea retorna ao evento - considerado o mais importante do país – em sua 34ª edição. O tema deste ano é Faz Escuro Mas Eu Canto, título retirado de um poema de Thiago de Mello, poeta homenageado nesta edição. Desta vez, a participação de Dórea, nascido em Feira de Santana, é em dose dupla.  

Na exposição coletiva, inaugurada no último dia 4 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, São Paulo, Juraci Dórea expõe oito obras, além de 30 fotografias, documentos e diários do Projeto Terra, realizado por ele no sertão nordestino entre os anos 1970 e 1980.

Nesta mostra, considerada a principal da bienal, o feirense, que tem no currículo passagens pelas bienais mais importantes do mundo - como a de Veneza (1988/ Itália), a de Havana (1989/Cuba) e a do Mercosul (2015/Porto Alegre) -  Dórea divide espaço com artistas do primeiro time das artes visuais brasileiras como Antônio Dias, Carmela Gross, Lygia Pape, Paulo Nazareth, Pierre Verger e Regina Silveira.

Já no dia 30 de outubro, o baiano inaugura, pela bienal, uma exposição individual no Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE). Segundo a curadoria da 34ª Bienal de São Paulo, formada por Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, a atual edição do evento “foi concebida como uma exposição em processo onde pretende reivindicar o direito à complexidade e à opacidade, tanto das expressões da arte e da cultura quanto das próprias identidades de sujeitos e grupos sociais”.

A mostra individual do artista baiano, batizada como Debaixo do Barro do Chão (trecho retirado da canção De Onde Vem o Baião, composta por Gilberto Gil em 1976) vai reunir mais de 25 obras, incluindo desenhos, telas, esculturas, fotografias, documentos, vídeos e instalações.

As peças que serão expostas no MuBE foram produzidas no período entre os anos 1960 até os dias atuais e estabelecem um diálogo entre a cultura popular e o povo sertanejo. A mostra é uma espécie de retrospectiva da carreira do artista e reúne ícones de quatro grandes momentos da sua trajetória artística que incluem as séries Estandartes, Terra, Cancelas e o Projeto Terra. ( Via CORREIO, por Ronaldo Jacobina).
 
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