30 Mar 2015
Jaques Wagner defende maior participação feminina em missões de paz

Atualmente, o Brasil possui militares do sexo feminino apenas na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), onde cerca de dez profissionais atuam como jornalista, relações públicas e assessora jurídica, entre outras posições.
Na abertura do encontro, que segue até esta terça-feira (31), o titular da Defesa enfatizou, também, a importância de se pensar em mecanismos “para que menos mulheres e meninas sofram com a violência de gênero relacionada a conflitos”. De acordo com o ministro, “as operações de paz mobilizam uma grande quantidade de cidadãos de todas as partes do mundo que são desdobrados em alguns dos lugares mais instáveis e perigosos do planeta para contribuir para a paz”. “É fundamental dispor de regras e padrões operacionais que garantam a segurança desses homens e mulheres”, disse.
No evento, representantes da América Latina e Caribe apresentam propostas e trocam experiências da temática, que servirão de subsídio para a atualização do manual de operações de paz da ONU. “Precisamos saber o que mudar nessas missões, a começar por seus mecanismos de financiamento, visando a ampliar sua eficácia e sua legitimidade”, alertou Jaques Wagner.
A renovação do documento que baliza a atuação dos chamados capacetes azuis das Nações Unidas, para o ministro, é fruto de uma mudança no panorama político e de segurança mundial. “As missões de paz contemporâneas têm estruturas diversificadas e multidimensionais, que já não podem ser compreendidas por meio de normas septuagenárias ou mesmo de categorias conceituais concebidas há mais de dez anos.”
E completou: “Situações de instabilidade e conflito estão sempre relacionadas com dinâmicas socioeconômicas, políticas e culturais complexas, profundamente enraizadas nas sociedades que recebem as missões de paz. Se as operações de paz da ONU não forem concebidas, implementadas e atualizadas levando-se em conta todos esses fatores, elas não terão êxito”.
Foto: Divulgação.