7 Feb 2024
Já é Carnaval: moradores do Nordeste de Amaralina curtem 1º dia de folia no Circuito Mestre Bimba

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Na primeira noite, nove blocos tomaram as ruas do bairro, arrastando uma multidão de moradores com muito samba, pagode e até capoeira. Desfilaram nesta quarta os blocos Nucana/Percussom, Bloco Swingue Afro Magia, Bloco Sedução Samba, Bloco Complexo do Samba e Afoxé Bamboxê.
A realeza do Carnaval do bairro, eleita no fim do mês passado, marcou presença na abertura. São eles Gilmário Florencio, o Rei do Carnaval, Letícia Cerqueira e a Rainha, Daniela Borges, eleita Rainha Plus Size.
Atual presidente do Núcleo de Capoeira do Nordeste de Amaralina, o Nucana, Denilson Lima celebra mais um ano do grupo na folia. “Quando a gente coloca a capoeira no Carnaval, é como se ganhássemos asas. Nós saímos com o bloco para mostrar que a cultura é viva dentro da nossa comunidade. E a gente pede atenção também, porque a capoeira educa”, diz.
O trajeto de quase dois quilômetros foi oficializado pela Prefeitura em 2016, tornando-se o Circuito Mestre Bimba. Para os moradores do bairro, ter um circuito carnavalesco tão perto de casa é um privilégio.
As irmãs Marli, 70, Márcia, 56, Marlúcia, 56 e Josimara Santos, 42, nasceram e foram criadas no Nordeste de Amaralina. Há dez anos, elas curtem a folia na rua de casa. “Eu já marco os dias no calendário para ver se o Carnaval chega mais rápido. A gente fica aqui e não tem medo de violência, é muito tranquilo”, diz Marli. “É o melhor Carnaval de bairro de Salvador”, complementa.
Este ano, Márcia levou a neta Alana, de seis anos, pela primeira vez para a festa. “É para já pegar o ritmo do Carnaval. Está no sangue, é herança de avó, de pai, de mãe”, conta.
Folia e renda na porta de casa
Durante o Carnaval, as frentes das casas se transformam em bares ou vendinhas de lanches. Cássia Magalhães, de 65 anos, foi uma das fundadoras do Carnaval do Nordeste, há quase vinte anos. Segundo ela, um dos principais pontos de ter o festejo tão próximo dos moradores é o desenvolvimento econômico do bairro.
“Ele movimenta toda a economia local. Tem pessoas que estão desempregadas, mas colocam algo para vender em casa nesses sete dias. Então, ganham um dinheiro que pode pagar a escola dos seus filhos durante o ano ou ajudar na sobrevivência delas”, afirma.
É o caso da autônoma Lindinalva Portugal, de 45 anos, que aproveitou a varanda da casa da amiga Eliete Nascimento para vender acarajés durante os dias de festa. “Eu curto aqui todos os dias e trabalho também. É maravilhoso. A gente tem tudo aqui, vai sair pra quê?”, diz.
O vendedor de bebidas Neilton Dias, de 37 anos, também aproveita a ocasião para fazer uma renda extra. Morador do bairro há cinco anos, ele tenta separar o aspecto profissional da curtição. “Eu trabalho durante o dia e, à noite, é só lazer”, conta.
Também marcaram presença no primeiro dia de festa nomes como o vice-governador Geraldo Júnior e as deputadas estaduais Fabíola Mansur e Olívia Santana.
* Publicado por N.R. Texto de Raquel Brito, do Jornal Correio*. Com orientação da subeditora Monique Lôbo. Foto: Raquel Brito/CORREIO.
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