Ilhéus tem primeiro hospital especializado em povos indígenas da Bahia; entenda

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O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, é a primeira unidade no estado habilitada a prestar atendimento especializado aos povos indígenas de toda a Bahia. Com a aprovação do Ministério da Saúde, a unidade de saúde implantará, de imediato, as diretrizes gerais que norteiam o programa, que vão da melhoria no acesso das populações indígenas ao serviço especializado e adequação da ambiência de acordo com as especificidades culturais ao ajuste de dietas hospitalares considerando os hábitos alimentares de cada etnia.

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O hospital conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI pediátrica, UTI neonatal e centro de parto normal, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do Estado foi de, aproximadamente, R$ 40 milhões, entre obras e equipamentos.

"Estamos comprometidos em oferecer um serviço de saúde que respeita a diversidade cultural e atende às necessidades específicas dessas comunidades, garantindo acesso, humanização e qualidade no atendimento. Este é um passo importante em nossa missão de promover a saúde e o bem-estar de todos os baianos", destacou Roberta Santana, secretária estadual da Saúde.

A iniciativa conta também com o acolhimento e humanização das práticas e processos de trabalho dos profissionais em relação aos indígenas e demais usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando a vulnerabilidade sociocultural e epidemiológica de alguns grupos.

De acordo com o projeto, também estão previstos o estabelecimento de fluxo de comunicação entre o serviço especializado e a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, por meio das Casas de Saúde Indígena (Casai) e a qualificação dos profissionais que atuam nos estabelecimentos que prestam assistência aos povos indígenas quanto a temas como interculturalidade.

Ações

Paralelamente às questões burocráticas vencidas, equipes do hospital passaram a visitar aldeias, dialogar com as comunidades e um grande mutirão foi realizado ofertando serviços clínicos às mulheres e crianças da etnia Tupinambá, que vive na região sul do estado. Em todo o ano passado e mais janeiro deste ano, o HMIJS acolheu a população indígena com 661 atendimentos de emergência adulto; 468 de Emergência Pediátrica; 28 internações no Centro de Parto Normal; 41 na pediatria; 67 na obstetrícia cirúrgica; 114 na obstetrícia clínica; 28 na obstetrícia de alto risco e 50 atendimentos no ambulatório.

Público

Com 229.103 dos quase 1,7 milhão de indígenas, segundo o IBGE, a Bahia conta com a segunda maior população indígena no país, o que representa 1,62% dos habitantes do estado. Salvador é a segunda capital mais indígena do Brasil. No ranking das 50 cidades do Brasil com maior comunidade do grupo étnico, a Bahia ainda conta com Porto Seguro, em 14°, e Ilhéus, em 21°. 

* Por José Mion, com informações da Sesab. Foto: Divulgação.

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