3 Nov 2023
Homenagens aos finados enchem os cemitérios da capital baiana

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De acordo com o padre Lázaro, capelão do Cemitério Campo Santo, ao longo da história, a igreja sempre prestou culto aos falecidos por entender que eles fazem parte da comunhão de filhos e filhas de Deus. "É fundamental, para nós, preservar em nosso coração a memória e agradecer a Deus porque tivemos a oportunidade de conviver com essas pessoas", ressaltou.
O sacerdote pontuou ainda que as almas traduzem a presença grandiosa do amor de Deus. "É importante manter essa tradição, rezar, visitar o cemitério, porque se a gente faz os sepultamentos aos entes queridos, a gente cuida também dos restos mortais deles. O cemitério é lugar de oração, de prece, de súplica, de agradecimento, de oferta da vida, de compreensão da fé, cada vez mais, de fortalecimento da fé e da esperança", enfatizou, lembrando que a continuidade da experiência de amor é o que justifica o cuidado que se tem com aqueles e aquelas que estão na eternidade.

Expressões de saudade
Para aqueles que desejavam documentar as saudades, o Cemitério Bosque da Paz, por exemplo, criou um mural de recados onde os visitantes puderam escrever em flores de papel. Cada lembrança ou declaração escrita, por sua vez, poderia ser “plantada” no coração de folhas plásticas. O ato simbólico foi acompanhado pela música de um violino.

Entre as diversas mensagens de saudades e esperança, um recado para o influenciador Rodrigo Amendoim chamou a atenção. Com uma escrita cursiva e delicada, a pessoa escreveu: “Deus te receba com amor”.
O Jardim das Boas Memórias, localizado no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, também ajudou os visitantes a aliviarem um pouco das saudades dos que já foram. No Dia de Finados do ano anterior, foram plantados cartões-sementes de margarida, com nomes dos entes queridos e mensagens escritas pelos visitantes. “As sementes germinaram e o jardim está florido. Agora vamos apreciar as flores e cultivar as boas lembranças daqueles que permanecem vivos em nossos corações e memórias”, declara Bárbara Bembem, gerente do cemitério parque.

No Jardim da Saudade, diversos visitantes tomaram conta do gramado para prestar suas homenagens. A programação do cemitério contou com missas, música e chuva de pétalas. Com celebração do Padre Edson Ferreira Menezes, da Sociedade Joseleitos de Cristo (SJC), Padre Luiz Carlos Fagundes Araújo e Bispo Dom Marco Eugênio, a missa teve o acompanhamento musical dos músicos André Caldeira, Tiago Lago e Cid Araujo.
Memória
Pela primeira vez visitando o Bosque da Paz, após o falecimento da mãe, Ana Luísa Barbosa levou flores. A consultora de imagem prestava homenagens ao pai no Campo Santo e, na tarde desta quinta-feira (2), visitou os dois cemitérios para manter a lembrança vibrante em seu coração.
“Para muitos, morreu, acabou, não tem mais por que vir e eu não penso assim. Penso que, na verdade, é saudade eterna. A gente tem que vir homenagear porque ninguém morre por estar dentro do nosso coração. Desaparece a matéria, mas o espírito permanece e as boas lembranças também”, relatou Ana Luísa.
Washington Aragão aproveitou o velório de uma pessoa querida para visitar a mãe e sogro. Normalmente no dia de Finados, ele traz flores, mas pelo enterro do amigo, desta vez, a fé em seu coração foi trazida para manter o pensamento de que os parentes estejam em um bom lugar.
A mãe e filha Claúdia e Hermelinda Borges vieram continuar a sua tradição de visitar o túmulo da avó. Mesmo vindo regularmente, a visita durante o feriado se tornou uma tradição pelas flores que plantam ao redor da lápide. “Na realidade, a gente lembra dela todo dia, mas como o Dia de Finado sempre é o momento de prestar homenagem aos mortos, então, fazemos questão da visita física, porque a lembrança é diária”, disse Cláudia, sorrindo. “A sensação de estar presente, pelo menos uma vez no ano, de estar mais próximo, vir aqui traz um fator mais emocional”, relatou Hermelinda.
Durante o feriado, o Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha presidiu a Santa Missa na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador (Centro Histórico) em homenagem aos arcebispos, bispos e padres falecidos. Nos cemitérios Jardim da Saudade, Campo Santo, Quintas dos Lázaros, Bosque da Paz e o Municipal de Portão em Lauro de Freitas também ocorreram celebrações em homenagem aos fiéis defuntos, além das celebrações ao longo do dia nas paróquias e santuários ao redor da cidade de Salvador e Lauro de Freitas.
* Publicado por N.R. Texto de Yasmin Oliveira, do Jornal Correio*, com orientação da subeditora Fernanda Varela. Fotos: Arisson Marinho/CORREIO e Reprodução/Redes socias.
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