Globo alega censura e diz que não vai retirar filme de Gentili e Porchat do ar

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A determinação do Ministério da Justiça e da Segurança Pública de suspender a exibição do filme ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola’, escrito e interpretado por Danilo Gentili, não será cumprida pelo Grupo Globo. A emissora alegou censura na decisão do governo publicada, nesta terça-feira (15), no Diário Oficial da União. A obra está disponível nos serviços de streaming da Globo, como o Globoplay.

Em comunicado enviado à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a emissora carioca relatou que compreende as “críticas de indivíduos e famílias que consideraram inadequados ou de mau gosto trechos” do filme, no entanto, “a decisão administrativa do ministério da Justiça de mandar suspender a sua disponibilização é censura”.

“A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida”, continua o comunicado, que complementa: “O filme em questão foi classificado, em 2017, como apropriado para adultos e adolescentes a partir de 14 anos pelo mesmo ministério da Justiça que hoje manda suspender a veiculação da obra”.

Com Fábio Porchat e Danilo Gentili no elenco, a atitude para suspender a exibição do longa foi uma medida organizada pelo secretário especial da Cultura, Mario Frias. O ator afirma que o filme mostra a pedofilia e faz apologia do abuso sexual infantil.

Na esteira das críticas de Frias, o ministro da Justiça, Anderson Torres, classificou o filme de asqueroso e afirmou que tomaria providências.

Posicionamentos
Em nota à imprensa, Porchat se defendeu e lembrou que “temas super pesados são retratados o tempo todo no audiovisual” e que vilões podem assumir papéis de racistas, pedófilos e nazistas, uma vez que são ficcionais.

Além disso, Porchat diz que “o vilão faz coisas horríveis no filme” e que “isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado”. 

Danilo Gentili também se defendeu das acusações de apologia à pedofilia, em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan. Ele descreveu os ataques como “máquinas de assassinato de reputação” e afirmou que no seu filme, o personagem em questão é um vilão. 

“A cena em questão é exatamente sobre uma pessoa que se apresenta como o melhor aluno da escola, que seria uma autoridade, pedindo coisas abjetas e absurdas para os alunos, que não obedecem o cara só porque ele é uma autoridade. Então, na verdade, em momento algum o filme faz apologia à pedofilia. O filme vilaniza a pedofilia”, reforça.

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