Gilberto Gil torce para sete times de futebol, um deles da Europa. Saiba quais

Embora nem o Google tenha registro, é famoso um palíndromo algo difamatório sobre a personalidade de um dos maiores nomes da música baiana: “Gil é Zelig”. Um palíndromo, caso você não saiba, é uma palavra ou frase que lida de trás pra frente sai do mesmo jeito que da forma original, como “subi no ônibus” ou o Tebet da presidenciável.

Lembra o professor Maurício Tavares, da Facom-UFBA, que a 'homenagem' a Gilberto Gil ficou um bom tempo pichada num muro onde funcionou nos anos 90 a boate Zouk Santana, perto do Pós-Tudo, no Rio Vermelho. Ela faz referência a “Zelig”, personagem-título de um filme de Woody Allen, lançado em 1983, que conta história de um homem com a curiosa capacidade de transformar sua personalidade (e até aparência) para se adaptar às pessoas que o cercam.

Mudar de time seria o menor dos problemas para o Zelig, e para Gil isso também nunca pareceu fora da razoabilidade – embora isso nem queira dizer que ele seja um vira-folha, apenas um torcedor, digamos, ‘desbloqueado’.

Baêa desde os tempos do Tororó – os demais Doces Bárbaros também são tricolores, e dessa conjuntura saiu até disco-homenagem ao clube –, Gil confessa apoiar e acompanhar outros seis clubes, sendo um da Inglaterra, onde morou durante o exílio. Aliás, no show ‘Barra 69’, que marca sua saída involuntária do Brasil, durante a ditadura militar, consta no repertório o hino tricolor cantado com Caetano Veloso no Teatro Castro Alves. Eu mesmo (mesmo rubro-negro) fui o primeiro a postar isso no YouTube, há 13 anos, e já escrevi sobre o show no Jornal Correio – leia aqui.

Bom, após essa contextualização histórica (no jargão jornalístico, um colossal nariz de cera), vamos à lista de clubes que contam com Gil na arquibancada.

A história mais atual envolve o Cruzeiro, do qual ganhou uma camiseta, nesse domingo (18), momentos antes de fazer um show no Mineirão, em Belo Horizonte. “Meu clube de coração em Minas Gerais”, declarou Gil, ao receber a blusa azul das mãos do diretor de negócios da agremiação, Lênin Franco.

Segundo o site SuperEsportes, a camisa de Gil foi personalizada com o nome do cantor e o número 9 em referência a Ronaldo Fenômeno, sócio-majoritário da SAF cruzeirense.

Mas a lista completa de 7 times foi confirmada bem antes do show no estádio do 7x1. Em julho do ano passado, Gil tinha colocado o Cruzeiro no rol de times que apoia em uma publicação nas redes sociais. “Além de torcer pelo Bahia, eu me afeiçoei por Cruzeiro, Grêmio, Fluminense, Santa Cruz e Santos. Mas sou um torcedor discreto. Gosto de ir ao estádio e ficar quietinho, vendo o futebol”, publicou na ocasião. Só esqueceu de citar o Chelsea, da Inglaterra, sobre o qual ganhou afeição quando morava na zona oeste de Londres, a poucas quadras do tradicional estádio Stamford Bridge. É um pouco por causa do Chelsea também que ele escolheu a Raposa para torcer em Minas. 

“Sempre via aquelas pessoas indo para o campo do Chelsea, perto de casa, sempre otimistas. Aquele azul foi algo importante. Tanto que hoje no Brasil eu sou Cruzeiro”, revelou durante um show em Olinda, em 2011, conforme relato do jornalista pernambucano Cássio Zirpoli.

No excelente seriado ‘Em casa com os Gil’, da Amazon Prime, o autor de ‘Cores Vivas’ volta a falar da sua admiração pelo azul do Chelsea ao ‘confrontar’ um filho flamenguista, quando parece um tanto irritado com certo tipo de comportamento. É um dos pontos altos da série, quando dá um pito e uma breve lição de moral sobre ganhar e perder, mas vou me empatar de dizer mais que isso para não ser acusado de espalhar spoiler. Assistam.



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