Gilberto Gil revela ter pânico ao cantar até hoje: ‘É uma coisa terrível’

Jornalista, editora de textos e colaboradora do Alô Alô Bahia. | Instagram: @itsnaiana

Após receber as cantoras Karol Conká, Teresa Cristina e Negra Li no mês da Consciência Negra, o "Saia Justa”, programa do canal GNT, teve como convidado ilustre Gilberto Gil. Nesta quarta-feira (22), o cantor e compositor baiano falou sobre longevidade, racismo, o medo do novo e preocupações com o futuro.

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Durante a conversa, Bela Gil, herdeira de Gil e uma das apresentadoras da atração, pediu para o pai contar sobre o dia em que ele foi se apresentar no Festival da Record, em São Paulo, e que ficou com pânico, completamente paralisado, com seus 20 e poucos anos. 

“Medo é uma coisa terrível. Pânico. Com essa coisa de ser um artista, enfim, a proposta da vida para que eu fosse um artista de música, cantasse, tocasse, me apresentasse em público… eu já tinha pânico desde os primeiros tempos da infância, quando eu ia para os programas de auditório da Rádio Sociedade, no projeto Hora da Criança. Eu tinha pânico na hora de entrar no palco, na hora de cantar. De uma certa forma — não na intensidade desses momentos tão especiais — mas ainda tenho até hoje”, admitiu Gil. 

WhatsApp Image 2023 11 23 at 16.20.00 (1)“Mas aí não é aquele medinho que eu acho positivo, que é o medo do respeito? Ele não paralisa, mas dá um friozinho na barriga”, questionou a apresentadora Astrid Fontenelle. “Mas é medo, é incômodo de qualquer maneira”, respondeu o músico baiano. Astrid seguiu: “Mas o medo do pânico, que quase paralisa e não deixa a pessoa fazer, esse é terrível, né?”. “É”, afirmou Gil, prontamente. Bela Gil comentou que foi esse medo que o pai passou no Festival da Record, nos anos 1960. “Tiveram que buscar ele. Acho que foi o Caetano que te tirou do quarto, não foi?”, perguntou a culinarista. “Foi. O Caetano com o dono do canal, da Record”, lembrou Gil.

Larissa Luz, que também integra o quadro de apresentadoras do “Saia Justa”, completou: “Engraçado. Você falou que não tem medo do futuro, mas tem medo de algumas coisas do presente”. Todos riram. “(Medo) do agora”, acrescentou Gil. Segredos para plenitude e longevidade

Mais cedo, na mesma atração, as apresentadoras perguntaram quais são os segredos do artista para plenitude e longevidade. “Meditação. Eu dediquei um tempo para saber como são as coisas, aquietar a mente… para os processos de apaziguamento interno, como calar o diálogo interno, que é uma coisa quase impossível. É o ‘eu’ com ele mesmo o tempo todo. É o eu e os ‘eus’ todos, de todo mundo, ali sendo processado o tempo todo. Então fiz muita coisa para aprender a ficar quieto”, contou Gil. 

Larissa disse que esse é o seu maior desafio. “Propósito, para mim, é a palavra-chave. Porque a gente fala de longevidade, mas eu sempre penso: se eu não tiver propósito, eu nem quero. Pra quê? Pra que viver tanto? E eu vejo muita gente falando sobre isso. ‘Ó, gente, nem se preocupa que eu nem quero viver isso tudo também’. Eu acho que, quando a gente tem um propósito, a gente estimula e alimenta dentro da gente uma vontade inicial de viver muito”, falou a cantora baiana.

Gil seguiu: “No nosso caso - eu acho que no seu também - a música tem muito a ver com essa coisa do propósito. Ela já se coloca ali como uma estimuladora, uma espécie de ímã. Ela imanta a vida da gente. Então qualquer necessidade maior de escapar de alguma coisa, é sempre com a música”.  Viver o presente e testamento 

No bate-papo, Gabriela Prioli, outra apresentadora, também comentou sobre seu medo do futuro, e vontade de viver o presente de forma mais intensa. Com 37 anos e mãe de Ava, a apresentadora explicou que ter perdido o pai quando ele tinha 39 anos a fez repensar sua relação com a vida.

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"Tenho uma visão de construção para o amanhã, mas a principal marca da minha vida foi a morte do meu pai. Não sei se foi a narrativa que eu construí depois disso, porque eu fui reafirmando esse marco por várias razões. Então, eu tenho uma questão de ser uma pessoa muito preocupada com o amanhã, de um jeito até negativo às vezes". 

Com a chegada da primeira filha, essa preocupação também refletiu de outras maneiras: "O que aumentou com a Ava foi a sensação de que eu preciso viver o agora! [...] De coisas muito loucas, como 'eu preciso fazer meu testamento'. Mas eu não acho que isso seja ruim, acho que a gente precisa naturalizar", completou.

Viver o presente e testamento 

No bate-papo ao vivo, Gabriela Prioli, outra apresentadora, também comentou sobre seu medo do futuro, e vontade de viver o presente de forma mais intensa. Com 37 anos e mãe de Ava, a apresentadora explicou que ter perdido o pai quando ele tinha 39 anos a fez repensar sua relação com a vida. "Tenho uma visão de construção para o amanhã, mas a principal marca da minha vida foi a morte do meu pai. Não sei se foi a narrativa que eu construí depois disso, porque eu fui reafirmando esse marco por várias razões. Então, eu tenho uma questão de ser uma pessoa muito preocupada com o amanhã, de um jeito até negativo às vezes". 

Com a chegada da primeira filha, essa preocupação também refletiu de outras maneiras: "O que aumentou com a Ava foi a sensação de que eu preciso viver o agora! [...] De coisas muito loucas, como 'eu preciso fazer meu testamento'. Mas eu não acho que isso seja ruim, acho que a gente precisa naturalizar", completou.

Gil diz que acha "uma ótima ideia" escrever o testamento e Astrid dá coro: "Sou uma jornalista que pensa muito nisso há muito tempo e até já fiz umas coisinhas". Fotos: Globoplay/Reprodução.

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