Gilberto Gil faz reflexão sobre racismo no primeiro dia do Novembro Negro

No primeiro dia de novembro, o mês da Consciência Negra - ou Novembro Negro -, uma das principais personalidades do país, o cantor e compositor baiano Gilberto Gil, postou em seu perfil no Instagram uma reflexão sobre o racismo que ainda existe no Brasil e no resto do mundo, mas que antes era velado e hoje se revela pelas redes sociais.

"A internet é um desses catalisadores, que fez com que se precipitassem muitas coisas que estavam escondidas no campo das individualidades remotas, envergonhadas, e que agora garantidos pra frente. É quântico. É uma dimensão difícil pra encarar quando nos postamos diante delas com a postura que tínhamos em relação ao mundo das coisas sólidas", diz no início do texto. 

"É o conservadorismo, com subingredientes como elitismo e racismo. Fica a mágoa nessa gente conservadora, porque o melhor do Brasil é o que o povo fez. A casa grande produziu muita coisa, mas o que é mais significativo veio da senzala. Isso é insuportável pra muita gente. Isso tem impedido a abolição completa da escravatura", continua o músico, que está em turnê pela Europa, a primeira desde o início da pandemia. 

"Mas voltamos ao ponto: a sociedade fica dividida. O que vai acontecer? Vamos regredir pra uma sociedade escravocrata ou vamos de peito aberto pra uma sociedade pós-humana? A certeza é que nenhuma das duas será definitiva", conclui Gil.

20 de novembro - O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003  e oficialmente instituído em âmbito nacional através da lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, se tornando feriado em cerca de mil cidades em todo o país. Na Bahia, apenas Alagoinhas, Lauro de Freitas, Cruz Das Almas, Camaçari e Serrinha têm o feriado. Salvador não adotou a data por já ter atingido o limite de datas.

Dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, a data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos principais líderes negros do Brasil, que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista. 

A data é um marco para o reconhecimento dos descendentes africanos e da construção da sociedade brasileira. Questões sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e a cultura afro-brasileira são discutidas em todo país não só no dia 20 como em todo o mês de novembro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

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