Gilberto Gil e Caetano Veloso resgatam memórias de fase crítica dos Filhos de Gandhy: 'Quase não existia mais'

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Durante papo numa van, dois ícones da música brasileira, Gilberto Gil e Caetano Veloso, relembraram uma fase crítica de um dos mais emblemáticos blocos afro do Carnaval de Salvador: os Filhos de Gandhy. Na conversa, eles compartilharam memórias de quando o afoxé, símbolo de resistência e cultura afro-brasileira, enfrentava um período de crise e quase desaparecimento.

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"Quando eu era menino, eles saíam dali do Campo Grande. E eu gostava do ijexá, obviamente, e dos cânticos bonitos. Aí fui lá olhar e eles estavam ali deprimidos", recordou Gil. "Quase não existia mais", complementou Caetano.

Gil também compartilhou uma lembrança específica de como o afoxé tentava entrar na avenida em um ano em que outro bloco, o Apaches [do Tororó], reunia milhares de participantes, de três a quatro mil componentes.

Caetano observou que, ironicamente, enquanto a maioria dos negros da Bahia se dirigia para o Apache, o Ilê, um afoxé totalmente pacífico, surgiu e atraiu a atenção de muitos. “Engraçado porque quase todos os negros da Bahia iam para o Apache e quando nasceu o Ilê [Aiyê] foi o contrário porque o Ilê é totalmente pacífico”, acrescenta Caetano.
 
Saída da crise

Diante da situação do bloco, Gilberto Gil compôs uma música que se tornou um hino de renascimento para o Gandhy, impulsionando sua revitalização e levando milhares de pessoas de volta às ruas. Neste ano, Os Filhos de Gandhy desfilam por três dias, no domingo, nesta segunda e na terça-feira, 12 e 13 de fevereiro.

A vestimenta este ano é estampada com o rosto de Caetano Veloso, homenageado da edição, e conta ainda com a tradicional pomba simbolizando a cultura de paz. Conforme apurado pelo Alô Alô Bahia, a alegoria do bloco foi produzida por artistas da famosa Festival Folclórico de Parintins, do Amazonas.
 

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