Geraldo de Barros ganha mais extensa mostra sobre sua obra completa

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De 11 de agosto (quarta-feira) a 7 de novembro, o Itaú Cultural, em São Paulo, expõe mais de 400 itens da obra e vida do artista que dá nome à exposição Geraldo de Barros – imaginário, construção e memória. É a primeira vez que uma mostra apresenta o conjunto de sua obra, sem recortes específicos. Do fabuloso à abstração formal, passando por métodos e princípios construtivos entre analogias e cruzamentos de fases e técnicas, ela acompanha a criação e produção do artista em cinco décadas de trabalho. Uma linha temporal desvenda o processo criativo e coerente de uma vida de trabalho, cruzando as obras e materiais do ateliê com o arquivo pessoal do artista, entre fotos de família, cartas, citações e objetos.

A curadoria compartilhada de Lorenzo Mammi e Michel Favre é complementar, mas separa-se nos diferentes andares do espaço expositivo do Itaú Cultural. Para eles, no conjunto, Geraldo de Barros – imaginário, construção e memória permite ao visitante fazer uma leitura imersiva sobre a vida e obra deste artista, possibilitando compreender a coerência entre todas as fases em que atuou:  gravura, fotografia, pintura concretista e pop, mobiliário, arte gráfica.

Os mais de 400 itens apresentados nesta mostra a tornam a mais extensa sobre ele já exibida. Eles vão de obras em suportes variados e móveis a dezenas de documentos e material inédito de seu arquivo pessoal. Traz, ainda, quadros pouco vistos como Arizona – arte pop de mais de quase três metros por um e meio, feito em esmalte sobre offset a cores e papel colado sobre aglomerado, de 1975 – e Minister II, em esmalte e colagem sobre aglomerado, produzida no mesmo anoEles estão entre os trabalhos que o artista costumava oferecer de presente, bastando o interlocutor dizer que gostou, e dos quais se perdeu o rastro de muitos.
 
“Esta é uma exposição em que tentamos juntar a coerência das várias fases de Geraldo (1923-1998) e mostrar como tem vida própria”, conta Mammi. “Vai das primeiras gravuras inspiradas em Paul Klee, as fotografias, as obras concretas e pop até as Sobras. Fios condutores vão mostrando que ele é mais complexo do que apenas um artista concreto ou um fotógrafo. Ele é completo, tem uma visão ampla e original”, conclui.

“A obra de Geraldo de Barros tem um vocabulário em que percebemos que, com poucas letras, ele consegue contar muitas histórias”, observa Favre, que além de curador da mostra, cuida do rico arquivo do sogro, conservado em Genebra, na Suíça, ao lado da artista Fabiana de Barros, filha de Geraldo e sua mulher.
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Fotos: Divulgação e Bob Wolfenson. Siga o insta @sitealoalobahia.
 

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