19 Feb 2023
Filhos de Gandhy realizam rito para Exu antes de saírem no 4º dia de Carnaval
Como o presidente do grupo, Gilsoney de Oliveira, já havia adiantado, houve surpresa antes do desfile. Indígenas realizaram um ritual na Rua Chile, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e do vice Geraldo Jr. O ritual faz referência ao tema deste ano, "Caboclos de Pena e Encourados".
A expectativa é que cinco mil homens façam parte do bloco, que em 2023 completa 74 anos de existência. O traje deste ano traz os tradicionais tons de azul escuro na frente e claro atrás, além do tradicional turbante. Há ainda alguns detalhes em amarelos e a inscrição "Salve a Amazônia". Nos pés, sandálias brancas com o símbolo do grupo.
Antes da saída do grupo, foi realizado o tradicional padê, rito típico de religiões de matriz africana que consiste em oferecer alimentos e bebidas a Exu como forma de pedir proteção.
A origem dos Filhos de Gandhy remete a 1949, quando estivadores portuários preocupados com a falta de trabalho e o arrocho salarial decidiram colocar um bloco na rua. Só em 1951 o bloco passou a admitir homens de outras classes trabalhadoras.
O governador Jerônimo Rodrigues contou que esta é a terceira vez que desfila com o grupo e disse se sentir homenageado pelo tema escolhido, já que é indígena. "As pessoas reconhecem quando alguém conhece alguma conexão física e espiritual, mas nos entregam uma responsabilidade. A minha presença hoje no desfile é porque acredito em políticas de cultura como essa", afirmou.
Além do desfile de hoje, o grupo estará no circuito Barra-Ondina amanhã (20) e no Campo Grande na terça-feira (21).
Fotos: Arisson Marinho/Correio. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.